Entrances

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Olhar sobre o poeta




Olhar sobre o poeta


O aprendiz


Nos descalabros portais,
Onde aluminava funesto poeta,
Com suas rotinas e rituais,
Ao degustar a sangria do saber
Tolo bem ou mal, sem saber viver.


Que enfermo não sabia sobre a alma,
Que possui o maldito artista,
Embriagado, com o sofrer dos sentimentos
Um pacto assinou, jazendo em chamas
Seu corpo, sem nenhum lamento.


De sua psique que compôs,
Tudo que era vil em poesias,
Fazendo em prantos, corações de reis!
Era nominal e tinha maestria.
Vítima de estupenda e oculta arte,


Mesmo jazendo sobre dores de infarte,
Como em um raiar do sol,
Que iluminava a massa cinzenta,
Impregnando-se qual odor de formol
Do cadáver que nunca se decompôs.


O pacto


Nos mais antigos manuscritos,
Estava ali quando Lúcifer surgiu,
Descrito em ancestrais línguas,
O momento em que Ubel subiu,
Para fazer nascer o oculto.


O que meus olhos a ver se negaram,
O nascer de toda obscura arte
Até meus medos, sucumbiram.
Ao ler profano pergaminho,
Onde no mais austero leito da morte.


Provém o único caminho!
Era o ritual do antigo celta
O grandioso e oculto, mestre poeta.
Mas em tal pacto o mal havia,
Lúcifer dando sua dádiva, profano.


Tal pacto nunca morreria,
Nas mais longíquas gerações,
Tudo tornou-se vil e insano,
A decorrer de eternos anos,
Sendo torturado pelas criações!


A maldição


Podre, aquele tolo fora,
Fazendo conjurar o demônio,
Qual equações de polinômios,
Solucionado sem certa destreza,
Fazendo recitar toda as trevas.


Veio em forma de nobreza,
O que lúcifer convocou,
Fazendo corroer futuros poetas,
As palavras que a mente sussurra,
Todas donde as bestas urram.


Foram atraídos pela besta,
Que amaldiçoou fúnebre coração,
Extraindo a felicidade,
Deixando-os no choque de realidade,
Comovido com falsa ilusão.


Contos escritos por seus pseudônimos,
Eternizados de formas horrendas,
A beleza nas formas violentas,
Deixadas nos mortos ventos
Pelos amaldiçoados, anônimos!


Anormal


Era anormal o modo que usava,
Das lamúrias e mágoas,
Entoavam o que havia de airoso,
Suavizando até as brutais chagas,
Que vulgo "Cronos", deixava.


Eram de vidas e corpos obscuros,
Com seus gostos primitivos,
Onde todos viam o complexo,
O normal, nunca perceberia nexo.
A beleza da morte, nos seres vivos.


Notavam a beleza no escuro,
E o frio assombroso da morte,
Nada mais era que a sorte,
Seres que viram a rosa negra,
Na perfeita performance, Grega.


Onde ouviram os gritos infernais,
Soneteavam sobre os abissais,
As grutas que a morte espreitava
Era a forma, em que o mal morava.
Poetas ungidos ou insanos?


Nas trevas longas e infinitas,
Observaram-se jazendo em ruinas,
Sensações a eles implícitas,
Toda aquela dor era desumana,
Ao carregar o fardo dos humanos.


Eterno


Revelando-me foi o cruel porte,
A maldição era colossal,
Em labaredas qual fogo infernal,
Vendo-se esvair tudo em um corte,
Observei que não era um sonho.


Vi que todo aquele mal,
Aos pobres fora medonho,
Não sabiam o que tanto amavam,
Era cruel, vulgar e anormal.
Somente no choro do luar, nascia.


Nós todos em noturno leito,
Ao mundo que se faz em penúria,
Do pouco que compreende tal injuria,
Morrendo em seu negro peito,
E os tantos que jaz nessa terra.


Eu vos deixo a marca obscura,
Composta em melancólica partitura,
Tão nobre e astuto porém tolo,
Ao convocar a maldição da poesia,
Porém trouxe a mórbida alegria.


Vivemos de espetacular maldição,
Com as dores mudanas,
Escrevemos de formas profanas,
As verdades dum coração,
Que morre pela extrema inspiração.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Espectral Nascimento

Espectral nascimento


Defronte do seu inevitável velório,
O cintilante brilho a ofuscar os olhos
A lamúria no semblante do filho
Notava-se, nada era ilusório.


Tantas almas num místico, espectral
Valsar, para do corpo se dissipar,
Era nobre e belo o ritual a iniciar.
Sendo concebido o segredo ancestral.


Pois céu e inferno eram vis,
Querendo engolir-me qual serpentes,
Outro escravizar corpo e mente,
Bastardos, era tolos e infantis.


E o que aguarda do eterno descanso,
Já não era, perturbado por lamentos,
Por ter deixado dores e sofrimentos,
Os sentimentos tardios sem remanso.

Histórias Eternas

Histórias eternas


Contemplando a loucura estelar,
Observei a imensidão do céu,
Tudo era negro, coberto por véu,
E notei o perfeito, valsar.


As lendas que ali jaziam,
Na mais perfeita história primordial,
Onde tudo era puro e jovial,
E, seus semblantes sempre sorriam!


Absorvendo os conhecimentos antigos,
Desconhecidos qual morte,
Para todos procuram, vil porte!
Do saber infinito, eu mal digo.


Que no nascer do obscuro
Poucas palavra para as incertezas,
O céu que desmoronou, com tal nobreza
As palavras do amor mortas que perduro!

Noturno

Noturno


Percebi com certo ressentimento,
Que atraído era pelo obscuro,
Era airoso o que tanto procuro.
No útero de meu surgimento


Escrevendo o que as más-línguas,
No fúnebre ar, das trevas infernais.
Tanto diziam ao sussurrar: jamais.
Iludindo minha essência qual ninfas!


Compreendi que minha psique jazia,
No contemporâneo, o futuro era em vão,
Absorto em toda aquela horrenda alusão,
Somente o inane corpo, ali havia!


Assombrado no prematuro enterro,
Onde observei-me jazer eternamente,
Refletindo o que levou-me ao insanamente,
Fóbico ao perceber a alma em seu desterro.

Aos mortos por amor

Aos mortos por amor


Lembro-me de cada história trágica,
Algumas reais outras fantasiosas,
Percebi o amor em sua forma graciosa,
O fim que era a morte, porém mágica.


Eu que exprimi em palavras,
O que Romeu sentiu por Julieta
Para corromper a massa cinzenta,
Afogando-se em lamúrias macabras


Compreendia cada lágrima derramada
Nos pés da amada, no gole envenenado
O gosto do vinho, os motivos inválidos
E todo mal em forma sagrada.


Eu, na mais profunda loucura,
Percebi a grande epifania,
Ao notar a alma ali em inânia,
Que havia na extrema penumbra.


O cérebro em estado de ebulição,
Do despertar dum abissal coma,
Romeu a contar-me, ardeu em chamas
Expressando os sussurros do coração


-Eu, a você pobre poeta lhe trago!
O motivo que perturba-me, eternamente
Pedindo que escute atentamente.
O que meu coração disse, eu lhe digo:


-Porque viver nessa vida malévola?
Se não vivemos sem o amor dela,
Peço que fuja dessa realidade paralela,
Para não sofrer sobre a cripta frívola


-Era tão nobre, porém tão infeliz,
O que por ela, ele sentia
E tive pelo vulto grande simpatia,
Vendo que o pobre queria jazer feliz.


Logo notava seu semblante tomado,
Pelo vazio e tudo era amaro,
Notando que não fora tão sincero,
Observei que pesado fardo, era perdurado.


O choro que tomou-lhe qual criança,
Assustada pela morte dos pais,
Com medo de não vê-los nunca mais,
Pobre Romeu não tinha esperança.


Compreendi as razões vis e amargas,
Que no rosto do rapaz pulsava,
E no escuro lamentava,
A eternidade marcada por mágoas.

Monstro Bahugera

Monstro Bahugera


Nas entranhas da profunda caverna,
Ouvi a horrenda besta rugir,
Breve de lá eu tentei fugir,
Perseguiu-me por bares e tavernas


Até nos mais distantes sonhos,
Maldita queria consumir-me,
Até enferma alma queria destruir-me.
Perturbando-me com seus negros olhos,


No Alento de um fúnebre jazer,
Veio até mim revelar a forma grotesca,
Era vil, horrenda e gigantesca!
Somente seu aspecto fazia-me sofrer.


Eu, única alma que pude descrever
Cada sensação que rasgava o desespero,
Arrancando-me o fôlego e suspiro,
Até o momento que poderia, morrer!


Era vil e todo mal possuía
Cada angústia em seus tentáculos
O guardião das trevas, ser imaculado.
E tudo que era vivo perto dele morria!


Era velho até mesmo para os anjos,
Ser nominal e de malícia primordial
Nem a morte veria jazer ser desleal
E toda chaga era dispersa por seu manto.


Astuto e horrenda aquilo era,
Única palavra para descrever: medo,
Ser infame que medo desconhecido,
Controlava quando emergiu das trevas


Aos pés de tal fera pude jazer,
Porém tal nunca consegui descrever!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Qual?

Qual?


Eu, filho da vida e do carbono
Nascendo concebido, de ato físico
Possuo, mil compostos químicos
Que há no peito de vis humanos,


Sou o fruto da mãe natureza,
Refletida a força de gaia,
Como as verdades mais,
Ofuscado defronte de tanta incerteza!


Trapaceando o mundo com mentiras,
Notei no eco da funesta melodia,
Que entoaram da bíblia e suas profecias,
Qual grande babilônia que, ruíra.


Pergunto-me com mil questões,
Que sufoca-me garganta e pulmões,
Qual sentido da finita vida?
E as questões são no tempo esquecida?


Desde o nascimento de minha 'lma
Sonhadora e poeta, porém incrédula
Mas te todo fim dócil e malévola,
Aguardo o que mantem a cabeça calma,


Crendo que em qualquer instante
Venha jazer a vida finita!
Fazendo-me partir, sem a resposta
Pela qual eu vivo relutante!


No ápice da vida como "julgam"
Preocupa-me o intrépido futuro,
Espero não ter de partir prematuro,
Para todos que nos crucificam.


Nos contos que tanto digo da morte,
Acalma-me a ilusão do vil sentimento,
Qual inventor entretido com seus inventos,
Afastando-me de cruel e vil porte,
Pois receio a morte num golpe de má sorte.


Espero morrer velho com as certezas.
Que pergunto a mim desde de a infância,
Falando com pueril e tanta inocência,
Da dor e do amor com tamanha beleza.


No amplo e funesto seio que eu resido,
Agrilhoado no que eu chamo de vida,
Só saberei certas respostas na partida,
Enquanto sou destinado a vagar perdido,


Crendo que em qualquer momento,
Venha jazer a vida finita.
Fazendo-me partir. Sem a maldita,
Resposta pela qual vivo relutante!

domingo, 18 de dezembro de 2011

Bahugera

Bahugera


Na penumbra onde vaga, ser estranho
Que possuí aspecto e nome indizível,
Procuro por uma resposta solúvel,
Para exprimir esse fato, enfadonho!


Sabendo o que ali vivia era vil e astuto,
Uma horrenda besta em forma de fera,
Que chamei pelo nome de Bahugera,
Para os deuses sua forma, era insulto!


Fugindo-me as palavras e a voz,
Para expressar o que a besta rugiu
Fazendo tudo no breve momento, ruir
Entalando-me o medo na garganta, em nó.


E como no despertar de um pesadelo
Eu morri, nas entranhas da caverna.
Feito bêbado desmaiado na taverna,
E embriagado passei a teme-lo.


Sentia seu corrosivo anélito,
Perfurar-me como a fria lâmina
Que fez jazer a carne desumana,
Transformando o vivo em morto.


Fugindo-me as palavras e a voz,
Compreendendo as razões do medo
E todo temor que era desconhecido,
O desespero da garganta entalada em nó!


-Eu que já era velho, no princípio.
E a terra foi um profundo abismo,
Não se tratava de grande eufemismo,
Eu já era velho quando nasceram os egípcios!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Aeternus

Aeternus


Bestializado, com vil e airoso ritual,
Eternizado pelo azul estrelado,
Que oculta as réstia do passado,
Antes do próprio sepulcro primordial.


Aqui, onde sou descendente do nada!
Presencio, longínqua dor d' um enfarte,
Notável qual vermelho escarlate!
A fantasia do tolo pobre, encantada.


Eu, que entoo a beleza noturna,
E o que nela há de místico e oculto,
Qual morte, em seu seio fúnebre.


Na fantasia onde padecem os vultos,
Agrilhoados nas ilusões eternas,
Condenados na penumbra deste casebre!

domingo, 11 de dezembro de 2011

Cinzas


Cinzas


Aqui jaz a sombra do que era,
No dia que tudo era escuro,
E, eu era impuro como o barro
Que emergiu direto das trevas!


Toda fantasia que a mim foi vil,
Se corroeu como num epitáfio
Num sepulcro frívolo e pueril,
Por insanos que foram, sábios.


Aqui jaz a sombra do que era,
Enquanto adormecia nos portões,
Do sono, contornado por trevas
Ouvindo o timbre das canções.


No austero leito, onde jaz o corpo
Porém minha 'lma que voa livre,
Em incansáveis horas pelo orbe,
Aqui onde nunca repousa o tempo.


Eu, como a lendária ave, fênix
Que ressurgi de suas cinzas,
Sonho renascer da lava vulcânica,
E banhar minha essência no cálice


Aqui jaz a sombra do que era,
No dia que tudo era escuro,
E, eu era impuro como o barro
Que emergiu direto das trevas!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A pintura





A pintura


Mórbido e frio no fundo do quarto,
Estava ali o que jaz há tanto tempo,
Perturbado pelo indizível e vil minuto
Absorto no que há, o eterno luto!


Ofuscava-me a perfeita anatomia,
Estendendo-se pelos outros o funesto
Semblante, perdurando sob o corpo
Lágrimas escoavam e total inania.


O desespero sem fim da mãe pelo filho
Horrenda, a cena que foi-se eternizada.
Onde as réstias do vulto é mais nada.
Donde se repetem gritos de dor e o barulho.


Jazendo ali ser de extrema alvura,
Repousado sob o seio da mãe em prantos.
Com a inocência de criança e seu encanto,
A morte de cristo na perpétua pintura

Lycanthia




Lycanthia


Desnorteada, a alma que aqui jaz
No vasto mortuário e frio luar
E o molde tão cheio, refletido ao mar
Assistindo espectral dança, jamais!


Enegrecendo o corpo quente e a psique fria
Sucumbindo-se por extrema agonia e ira
Ao uivar aos céus, enquanto rogo pela cura
A enferma maldição, que ecoa-se em dias


Nesta fúnebre e eterna escuridão
Fitei a lua, que malfadou-me, a vagar
Oh! Maldita, aos longíquos anos a zombar
Enquanto desventura-me com vil ilusão


Simplória e doce a voz que recita a poesia
Enquanto gozo de total consciência
Pois sou vítima de ancestral magnificência
Que no oculto revela-me: Oh! Lycanthia!