Entrances

domingo, 23 de dezembro de 2012

A morte espreita naquela viela


A morte espreita naquela viela

Exausto de meus pensamentos insanos,
Adormecia quase morto pela loucura,
Enquanto delirava com tamanha negrura
Do céu que afugentava o teor humano.

De minha massa cerebral que extasiada,
Não sei se pelo ópio ou pelo rum barato,
Eu sentia-me livre da culpa e insensato
Talvez o desespero de minha alma minguada.

Não sei que fato do intrépido destino,
Guiou-me a cometer aquele vil infortúnio,
Talvez o êxtase atrapalhou-me o raciocínio
A mutilar aquele pobre e coitado menino.

Não consigo explicar a insanidade estridente,
Sussurrando em minha mente abissal,
Talvez seja a lenda desse beco infernal
Que toda alma aqui tornara-se incoerente.

Talvez seja algo dessa desgraça primordial,
Onde tudo e nada torna-se uma imunda fera,
É no interior desse lugar, dessa quimera
Que eu caio na desgraça vil e espiritual.

Em tomos de magias negras e ancestrais,
Essa viela traz consigo a odiosa quimera
Ou o que ainda resta da praga de Bahugera,
Onde toda alma reside, não haverá paz.

Talvez seja mera lenda de eras perdidas,
Mas de todo mal há o fato vil nas roupas,
Que estou a trajar o sangue em poupa
Escorrendo de forma estranha e medida.

Assombro-me cada vez mais e mais,
Com tamanha enfermidade deste ato,
Que torna viu todo e qualquer relato,

Rezo preces a cada vez mais por paz,
Enquanto oculto o corpo decadente
Deste pobre e triste menino inocente.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Entre a penumbra e o silêncio da morte


Entre a penumbra e o silêncio da morte

Quem possa expressar o silêncio de minha 'lma
Essa que não tem a força ou cousa para expressar,
A dor que sufoca o peito qual morte a espreitar,
Entre os ermos túmulos e momentos de calma.

Entre a penumbra do completo breu da noite,
Distorcida entre as mutações e alucinações,
Que perturba o coração em vis e tétricas desilusões
No timbre do relógio que bate em vil açoite.

Quem pobre alma venha expressar a loucura,
Essa que infecta-me qual câncer em vis doutrinas,
Espirituais e o coração louco e vil pela morfina
Relata toda ficção no desterro dessas desventuras.

Essa minha alma enlouquecida pelas injúrias da vida,
Que em soluços enterra o corpo fraco e morto
Donde o pulsar do coração em que estou absorto,
Deixa-me louco nas infinidades dessa vil despedida.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Nove pesadelos durante a noite


Nove pesadelos durante a noite

Essa manhã acordei com um gosto esquisito,
A boca, um gosto seco que lembra-me a morte,
Toda vontade da vida foi jogada a minha sorte
Durante essa noite de sonhos incógnitos.

Minha 'lma essa que ausenta-se da futilidade,
Da vida, esquecida entre tomos ancestrais,
Livros de cousas primordiais entre pragas infernais
Talvez fosse mera descrença da realidade.

Porém essa noite adormecia com a alma,
Turva e densa como um neblina cinzenta,
Que ocultava as razões em vil tormenta
Nada sabe sobre os gritos perfurando a calma.

Eu acordava exausto entre as horas infindas,
Da noite e olhava em vão procurar paz,
Entre as almas que atormentada jaz
Pouco esperava se não a despedida desta vida.

Entre essa noite vil que a mente em pane
Sobre os fatos da vida serem apenas ilusão,
Ou talvez toda e qualquer verdade seja aversão,
E toda minha massa torna-se nefasta e inane.

Entre as sombras dessa noite abissal,
Eu adormeço entre pesadelos infernais
Suplicando cada vez mais e mais,
Sufocado entre um mundo imortal.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Vil Ardilosa


Vil Ardilosa

Quem há de explicar as coisas indiziveis
Essas que nenhuma alma humana ousou,
Os vultos que a noite cercam o que restou
Das ruinas imundas da vida e incompreensiveis,

Era uma noite fria quando absorto,
Em um instante envolta em mortalhas,
Negras qual noite, enlouquecia com as falhas
De minha mente com aquele vil susto.

Ousei pensar que seria uma ilusão da mente,
Essa que vaga em uma obscura aura distante,
Ou talvez um sonho do corpo já fatigado
Pelo cansaço excessivo do dia intensificado.

Mas de outrora no breu daquela noite ressurgia,
Oculta na penumbra daquele comodo nefasto
Onde ouvira o pulsar do coração já exausto
Ecoou estridente na madrugada :- vil sabedoria.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Mito do apocalipse


Mito do apocalipse

Que toda e pobre alma temente a deus
Obscureceu o fogo-fátuo da vida,
Toda vida temente e já esquecida,
Abraçou a morte como um irmão seu.

Enferma maldição e profecias ancestrais
Que tormenta vidas desde eras primordiais,
Os anjos estes seres das hordas celestiais,
Conhecem o fim desde eras infernais.

Pobre humanidade que a muitas eras,
Encontra-se perdida em contos de fadas,
E entrega a algo a vida de mão atadas
Imergindo em vis guerras e trevas.

Que toda e pobre alma nesse dia vil,
Mergulhara em toda maldita crença,
Qual fanatismo torna-se uma doença
Onde toda fraca alma morre já febril.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A última maldição de Bahugera (A morte do deus em forma de fera)


A última maldição de Bahugera (A morte do deus em forma de fera)


Fazia um frio que a espinha estremece,
Porém o corpo já quase falecido do cansaço
Absorto estava no prazer daquele maço,
De cigarro, que o corpo vazio aquece.

Imanente e ritualístico show de portas infernais,
Pairou sobre mim qual nuvem de vis trevas,
A alma inane que da quimera foge a eras
Sentiu o vazio de tempos vis e primordiais.

Tudo tornou-se negro qual a própria vida,
Conjecturo o deus em forma de fera,
Com suas mil faces e tentáculos era Bahugera
O tempo morreu nessa besta esquecida.

Eu ouvia no silêncio cada vez mais,
A voz que berrava algo quase humano
Ecoou a maldição vil, Praguejou o profano:
-Igneus is exuro vita inanis!

Eu tremia de medo com a chama obscura,
Que ardia na cortina, a morte vil e prematura,
Cercava-me qual pobre e faminto lobo
Rodeia a presa, e tudo agora virava lodo.

Minha mente quase louca morria lentamente,
E o medo do desconhecido tornou-se fraco,
Qual a vida que pulsa em um velhaco,

Que deus ou fera conhecido por Bahugera,
Manifestou sua última praga eternamente,
Condenou minha 'lma a jaula dessa quimera.


Escrevi esse conto que começou como uma teste de uma comunidade de poesia porém se tornou isso a maldição de meus medos, minha loucura diária, talvez seja cedo a minha morte espiritual devido a essa vil maldição porém crieo que a cura para os medos é conhecer o desconhecido.

Agradeço ao Ericson Willians

Entre o desterro da vida e a paz da morte (Bahugera A morte do deus parte 4)


Entre o desterro da vida e a paz da morte (Bahugera A morte do deus)

Passava das quatro da manhã
Naquele lugar esquecido por deus,
E minha 'lma orava qual ateu
Ao seio da morte minha cara irmã.

Fúnebre poeta de trágicos contos
Transformei minha loucura em literatura,
Dessa enferma vida de vis amarguras,
O semblante agora rola só prantos.

Eu temia com um medo desigual,
O reflexo já morto no espelho
As paredes manchadas de vermelho,
Do sangue da quimera vil e infernal.

Nesse silencioso quarto abafado,
Pela tempestade que brada relâmpagos,
Em frenesi, causa um imanente estrago
Talvez pelo estado deste já mofado.

Eu sentia a quimera cada vez mais e mais,
Que sussurrava os feitos desprezíveis,
Manifestando gritos de portais invisíveis
E minha 'lma suplicava um momento de paz.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

O sol se põe e nasce a escuridão (Bahugera a morte do deus Parte 3)


O sol se põe e nasce a escuridão (Bahugera a morte do deus Parte 3)

A vida se Põe

Quem já ousou ver através da alma,
Num espelho que reflete a vida,
Em vis dimensões que são infindas
Que alma suportou a loucura da calma.

Era no rigoroso inverno de dezembro
Eu vagava entre lugares e era em vão,
Minha quimera deixara-me a solidão,
Ah! É essa amargura que me lembro.

Que minha pobre alma que pranteia,
A secos ventos e grita inane a loucura,
Tem essa maldição que a alma perdura,
E morro mais e mais nessa vida que receia,

E anseia o momento do milagre do nascimento,
Como receia ter nascido em vil esfera torpe
Que contamina a alma com a vida deste orbe,
E toda alma já sem esperança aguarda o julgamento.

Nasce a escuridão oriunda da quimera

Minha 'lma vil que desfalece cada vez mais,
Nesse funesto seio de toda e vil demência,
Em que a alma sofre com a própria essência
Do ser consciente que urra de fossas infernais.

Quem já observou o reflexo da própria alma,
Talvez, seja só a minha que possua vil criatura
Que ser algum vil igual e traz tamanha amargura,
Por onde anda aquela que na solidão me acalma.

Quem muito conhece de minha infame quimera,
Essa besta ou deus que provem de vis era,
Que pobre alma além de mim ouviu a besta fera
Essa que atende pelo nome de Bahugera.

Eu que na penumbra da noite chuvosa,
Absorto de enferma dor pela mutação da fera
Pude finalmente ver a real forma de Bahugera,
Eu absorto naquele mal vil da noite umbrosa.

A transformação (O começo da queda)

Que alma há de suportar imanente loucura,
Qual corpo há de suportar essa mutação,
De todos os contos essa não é atuação
Todo o segundo torna-se vil qual tortura.

Eu nesse quarto nessa noite chuvosa,
Oculto na penumbra, só um lampejo,
De luz atravessa o quarto pelo azulejo
Rajado que há na parede, o céu furioso.

E o céu que anuncia o nascimento em água,
Uma chuva nunca antes presenciada,
Essa noite a muito fora profetizada
O santo céu castigara a vida qual praga.

Nesse fúnebre e pequeno quarta a alma jaz
Nessa vil inania da vida entre as trevas,
Há minha 'lma quase morto no chão a eras
Agrilhoada a quimera cada vez mais e mais.

sábado, 17 de novembro de 2012

Depois das três


Depois das três

Fazia um frio em meados,
De dezembro e a lareira,
Queimava lembranças rotineiras
Acalmando o corpo vil e irado,

Tremia de frio quase falecido
Não o corpo mas a pobre alma,
Está que não suporta a calma,
E as palavras no silêncio, esquecido!

Havia um gosto na boca, amaro
Um desterro de sentimentos.
Cortava-me em pedaços e lamentos
Como a morte e meu último trago.

Fazia um frio de forma infernal
Estremecia a espinha qual aço,
Que retalha a carne em pedaços,
E vagueava a alma em transe espiritual.

Que alma irá dizer onde há beleza
Na enfermidade da noite infinda,
Onde minha 'lma vaga esquecida,
Sob as ermas tumbas da realeza.

É nessa noite de luar minguado,
Que o céu foge a minha mão,
E sou absorto em vil e pura escuridão
O corpo jaz frio da vida fatigado.

A poucas almas que irão amar,
Como eu pude, nesse tempo oco,
Onde o peito bate de quase louco
É essa vida que eu sempre vou sonhar.

Sombras


Sombras

Eu poeta que vivo da falsa razão
Onde tudo e nada forma o mundo,
Essas fantasias ou fatos imundos,
Entristece e alegra meu coração.

Que alma junto a minha 'lma
Poderá vagas na escuridão humana,
Quem contemplara a mente insana,
Essa pobre mente confusa e calma.

Donde irei expressar a voz escrava,
Agrilhoada pela dor de outrora
Por onde anda a morte nessa hora,
Minha 'lma que as sombras ansiavam.

Quem pode? Fazer-me esquecer,
Os motivos pelo qual a alma luta,
Sendo que da própria morte é recruta
Donde há esperança a fazer-me renascer.

Donde vou expressar vil inania,
Nessa noite que tudo queima desigual,
Sombras assombram-me de forma infernal
É a morte regendo uma tétrica sinfonia.

A resposta para a loucura (Bahugera a morte do deus parte 2)


A resposta para a loucura

Bahugera (a morte do deus parte 2)

Sou enferma alma que vaga ao luar
Que renega a alma de eras primordiais,
Fugindo sob os brilhos das estrelas celestiais
Eu fugia em vão para a solidão do mar.

Eu que a muito sofro em vil silêncio,
Com cousas ou fatos anormais a mente
Com algo que berra pragas infernais,
E transforma toda a vida em escárnio.

Eu que agora reconheço-me a eras,
Uma odiosa e vil maldição ou praga,
Que corroí-me com enfermas chagas
Eu que a muito sou a mutação Bahugera,

Agora lembro-me do mês de agosto,
Eu absorto na forma do semblante já morta
Que se refletia no espelho perto da porta
Tudo tornara-se tétrico e decomposto.

Lembro-me bem daquela vil madrugada,
Que o fogo queima de uma forma desigual
E eu observava apenas o tempo ancestral,
Enquanto emergia uma fera da alvorada.

Eu pobre alma que jaz em transe espiritual,
Onde a alma escassa berra gritos de pavor,
O corpo já vazio mas a mente vive vil temor
Esse mesmo que provém da inania infernal.

Eu, enferma alma sou essa vil quimera
Na escuridão da noite a forma humana jaz,
A alma no chão morre cada vez mais e mais,
E no espelho nada resta se não Bahugera.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Contos de Poesia

Contos de Poesia

De ermos túmulos que a minh' alma
Certamente receia as quimeras,
Que habitam na escuridão das trevas
O desespero é afogado pela palma.

Na imensidão quase infinda e obscura,
Onde o corpo rasteja por catacumbas,
Em vão procurando o leito e sua tumba
Racionalizando a loucura quase pura.

Naquele tétrico lugar eu temia de pavor,
Um pavor mortal que enlouquecia-me
Gritando e gritando: mate-me, mate-me!
Preces em vão um mero e fraco louvor.

Que transtornava o organismo quase morto,
Esse enfraquecido e num triste olhar cadavérico
Sonhava com coisas de mil faces, era tétrico,
O barulho do vento na noite e o corpo absorto.

Conjecturando-me a maldição das hordas infernais,
Sustentava meu corpo em tremenda inânia,
E sofria com o entoar das fúnebres melodias
E minha 'lma morria no chão cada vez mais!

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Eu já fui poeta (Bahugera - Final) (A morte do deus parte 1)

Eu já fui poeta (Bahugera a morte dos deus em forma de fera parte 1)

Há longos anos de minh' alma,
Eu já fui aquele amante da arte
Apaixonado, por cada bela parte,
A mente era quente e calma.

Fora nas eras em que a massa,
Cerebral respondia de forma consciente
Eu chorava por amores inocentes,
Antes da maldição da vil raça.

A loucura que hoje na mente aflora,
Nas virtudes de minhas vis criações,
Onde surge um mundo de aberrações
Reina a besta na sua forma de fera.

Fora na própria escuridão primordial,
Que a besta em forma de quimera,
A maldição da minha mente "Bahugera"
Atingiu-me qual fogo da fossa infernal.

Eu a muito fui a alma infantil,
Que foi abandonada a vil morte,
E a trevosa fúria pôs me a sorte
Minha 'lma tornara-se algo mercantil.

Nas sombras da massa que assombra,
E jazi sob um deus de forma infernal
No calor de toda e vil ordem natural,
E o fogo-fátuo da alma queima em sombras,

Ah! Eu a muito fui um pobre humano,
Antes da tétrica e vil bestial quimera
Que atende pelo nome de bahugera,
Ah! Eu pobre poeta agora sou insano.

Inânia Verba 3

Inânia verba 3

No timbre do simplório relógio
As horas passam qual morte,
A espera torna-se certa a sorte
Palavras ríspidas de vil ódio.

Oculto o que na alma sinto,
Talvez seja mera falácia,
De minha voz e a ineficácia
As palavras vazias a um labirinto.

Nessa agonia intermitente,
Que vem do relógio fúnebre,
A memória miserável e insalubre
Morre de forma vil e inconsciente

Que morta alma a de expressar
A voz amara e o sangue morto,
Corroendo o ferro qual água do porto
Corroí-me agora, um dia tudo vá cessar.

A marcha dos mortos

Faces da morte (A marcha dos mortos)

Que alma vil a de expressar,
A dor primordial das trevas
Essa que engole o mundo a eras,
E alma alguma há de saciar.

É no início de novembro
Que a quimera vil a urrar,
Põe todas almas a marchar,
É com desgosto que relembro.

A face vil na multidão espectral,
Que marchava firme qual coronel
Que punha um chicote frio e cruel,
Com um sorriso seco e surreal

Aquém há de exprimir a agonia,
Que pulsa em meu peito,
E no desterro de meu leito
Marcho firme sob tamanha ironia.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Aflição


Aflição

Pobre alma é aquela que aflita,
Procura esconder-se entre sepulturas,
Duma certa e horrenda criatura
Essa que nasce de fontes eruditas.

Que ciência ou espiritismo,
Provou a loucura da massa humana,
Que provém de regiões insanas
Jazendo o corpo em vil pessimismo.

Tudo explode num turbilhão de lava,
Quem diga que corroí a própria alma
Encharca o corpo numa odiosa calma,
A inania que transforma a mão em escrava.

Quem sou? Pergunto-me a dias tais,
A cousas duma distinta era infernal,
Ocultas no próprio córtex cerebral
Ecoando a voz que sussurra nunca mais.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Meses

Meses
Vão se as estações do ano e a brisa
Que perfuma o dia e suaviza a alma,
As palavras possuem a essência calma,
Meu peito esvaído de dor poetisa.

Sobre o rarefeito da minha respiração,
Da noite fria porém aconchegante,
Dos mistérios diante e extravagante
Donde o destino é mera desilusão.

O relógio badala exatamente a meia-noite,
Era setembro e agora torna-se outubro
Réstia da paixão, da dor em tons rubros,
Castiga o corpo com um vil açoite.

Assombra-me os anseios duma vida,
Perduro em meu peito a dor infinda,
A esperança corri-o a mente corrompida
Ouço de longe a voz de minha prometida.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Tempo corrente

Tempo corrente

Fazia frio nesse dia de mal agouro
Os sinos dum tempo distante,
Soavam tristes melodias sufocantes
Qual chifre dum mitológico touro.

O raiar do sol era vil e tortuoso,
Ocultava-se em uma mística praga,
Que excrucia-me com suas chagas
Rolando prantos dolorosos.

Ah! Que desgraça essa vil calma,
Materializou-se na massa cinzenta,
Corroeu o córtex de forma sedenta
Qual quimera multou-se a minh’ alma.

Corre o tempo em horas ou dias,
Voa a juventude e permanece a inânia
Da vida dos prazeres da essência,
Quem dirá que tudo é vil ironia.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Desespero da alma


Desespero da alma

Arde em meu peito vil maldição,
Enlouquece a mente leve e oca,
Vestígio duma alma já louca
Desespero oculto entre o coração.

Que onírica e maldita sina,
Perdura entre a estrelas celeste,
Qual vultos perdidos no agreste
Onde a respiração é escassa e fina.

Lembro-me bem do frio de dezembro,
Da abissal praga de primeiro de janeiro,
Donde essa persegue o mundo inteiro
E o que resta? Um culto em novembro.

O desespero que arde em minha mente,
Talvez seja um mero e desconhecido medo,
Que acoita o mundo desde muito cedo
Será a loucura uma mente ciente?

A inania das palavras da alma morta,
Entope o peito de infindo sofrimento,
Donde o choro só expressa lamentos
Talvez não haja saídas ou portas.

Não sei e o calor da massa cinzenta
Desafogue a alma de seus martírios,
Onde só há fúnebres e únicos lírios
Venha interromper a loucura virulenta.

Espero que essa tamanha enfermidade,
A cura seja descoberta, e a alma repouse,
Talvez até lá a morte sobre mim se ouse
Rogo prece, pois não suportarei a eternidade.

Haste da morte

Haste da morte

Reza e roda a sua praga ou prece,
Nas infindas vielas de minha vida
Absorvo-me de fatalidades merecidas,
O corpo é vil e fraqueja perante a febre.

Delírios e forma de vultos assombram,
O vazio que fita-me ecoante,
Rasga o córtex fúnebre e delirante
Branda a morte oculta das sombras.

Que cousa ou manifesto espectral,
Repousa nas sombras em meus umbral,
Aterroriza-me com a chama infernal
Seria este um ser vil e primordial?

Enlouquece a mente enfraquecida,
A mesma que sonha com o nirvana,
E clama por uma paz humana
O que resta da psique falecida?

Sou uma mistura química,
Na casca a psique enxertada
Que definha em hora marcada,
E o que resta? A marca calcificada.

Que cousa ou manifesto espectral,
Arde nas trevas em negror infernal,
Espreita-me em meu umbral
O que é esse medo primordial?

O que resta?


O que resta?

Eu filho pródigo da desgraça,
Componho onírica e vil praga
Que afoga-me a tantas mágoas,
Nada resta-me. Somente farsas.

Sou do berço das trevas concebido,
Duma profunda e abissal tragédia
Minha 'lma falece perante a sepsia,
O que resta-me? O coração partido.

Absorvo-me em outras alucinações,
Donde foge-me a percepção,
Sendo nada mas que a imensidão
Desfaleço em fúnebres canções.

Sou pobre poeta da minha desgraça,
O peito carrega primordial praga,
Onde o amor só lhe traz mágoas
Nada resta, apenas cartas as traças.

Sou a psique que no fim clama
E a alma ainda lhe ama!

Em meu peito já enfraquecido,
Compartilho poemas e rosas,
A mesma jogada a cova rasa
Onde a alma vai em fim esquecido.

Bahugera parte 6-5 (O templo)

Bahugera parte 6-5 (O templo)

Percepção

Horrível praga que persegue-me a era,
Que espreita-me qual morte,
Apodrece a vida a própria sorte
Meu deus. Sou essa vil quimera.

O reflexo que se distorce no espelho,
Enfurece os olhos que se assombram
Maldição que persegue-me qual sombra,
Enquanto enlouqueço já de joelhos.

Maldita massa que a realidade distorce
Mente louca, perversa e cruel
Da qual sou um pobre e eterno réu,
Destino transparece a vil enfermidade.

Ferve o corpo e arde o coração,
Um espetáculo de pragas infernais
Diversão da loucura em formas desiguais,
Absorvendo-me em infinda escuridão.

Quimera que atenda por Bahugera,
Réplica distorcida de um maldito eu
Minha mente templo de um vil deus,
Maldito temor pela minha fera.

Enfurece a inania da minh' alma
Enlouquece-me cada vez mais,
Distorce-me em fatos surreais,
Assombra-me de profunda calma.

Escrevo de fim sobre o deus Bahugera,
Que de fracasso da própria mente,
Criou um vida que a muito é ciente
Essa maldita fera que persegue-me a eras.

Temo essa loucura já sem cura,
Absorve-me em medos espirituais,
A loucura que já é primordial
Fujo com a morte em vão, desventuras.

Bahugera parte 6-4 (O templo)

Bahugera parte 6-4 (O templo)

Relatório da loucura

A massa ferve de tantas alucinações
Já não corresponde aos pensamentos,
Enquanto a mente se parte de lamentos
Arde vil a inania duma solução.

Relato a forma vil de meus delírios,
O corpo vazio porém acordado
Onde só há pensamentos inválidos,
Donde só há a dor e martírios.

A mente eufórica berra qual louca,
Incessantes gritos ecoam nas trevas
Urram e bradam qual Bahugera,
A voz ruida e a cabeça é oca.

Relato meu mais puro sentimento,
Onde a alma logo se esvai
O corpo procura réstias de paz,
Um simples momento de descanso.

Essa mente agitada que rola oca
Berra em minha escuridão cerebral,
Assombra-me vil ausência espiritual,
Meu deus será que a alma é louca?

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Bahugera parte 6-3 (O Templo)


Bahugera parte 6-3 (O Templo)

Nas entranhas da caverna da fera
Que espreita minha 'lma ferida,
Moribundo, clamo pela morte prometida,
Enquanto agonizo aos pés de Bahugera.

Pelo colossal e grotesco horror,
De portais indizíveis e incomensuráveis
Conjecturava maldições inimagináveis.
Bahugera, urrando meu vil temor

Infectava-me qual câncer de vil mortalidade,
Absorvendo-me nas entranhas do inferno
Era tão solitário qual alma ao inverno,
Eu suplicava a deus ou fera: Piedade!

Adormeci em minhas viagens espirituais,
Enquanto apodrecia a massa cinzenta,
Restando apenas a fúria da fera violenta
O semblante congelado em medos desiguais.

Vis maldições



Vis maldições

Donde anda a besta que atende por morte,
Meus temores brandão um mal agouro
Corroendo-me com intragável gosto amaro
Excruciando-me defronte a enfermo porte.

Melancolia atormenta esse fúnebre pesar,
Procuro a estrela obscura em dimensões tais,
Ousou algum mortal? Enfrentar coisas infernais
Donde a própria morte está vil a urrar.

Destruição arde em meu peito inflamado,
Sufocado no abismo de meus pulmões
Conjecturando oníricas e vis maldições
E o que resta disso? A lama e o lodo?

Trago um gosto sufocante e amaro,
Onde o meu ódio vai em escarros,
Traga a morte com um único cigarro
O caixão ilude-me com brilhos doirados!

Alma sem cura



Alma sem cura

Atordoado procuro alma igual a minha
Procurando a cura para essa dor,
A mesma que a mente tem pavor,
Morrer aqui no frio vil e sozinha.

Pensamentos inundam-me com martírios
Enquanto meus medos expressos aos olhos,
Rolam pelo rosto de meus enfermos filhos
Machucando as frágeis pétalas de lírios.

Destrói-me a mente essa fossa abissal,
E o que resta? O cálcio dos ossos
Esvaídos no esforço de meus poços,
Profundo qual um medo vil e imortal.

-Pobre, o que tanto aqui procura?
O alívio para mil e tantos prantos?
Sussurrando a loucura aos cantos
Qual sua busca a morte ou a loucura?

Sepultado ao nada



Sepultado ao nada

Minha 'lma vaga em vazia procura
De aquém para suprir enferma dor,
Vagando em ermos túmulos com temor
Procurando réstias de uma figura.

O corpo em um desgosto eterno,
Por inglórias e fins bastardos
Atormenta-me sentimentos pesados,
Agoniza-me qual torturado no inferno.

Nesses diagramas do universo
Vago, moribundo e quase morto
O corpo abandonado em meu porto
O pesar de meus últimos versos

Sou vil alma agrilhoada ao nada
Poemas e rosas foram sepultados
Frívolas luas serão enterradas
Tantas dores e martírios cessados.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Bahugera parte 6-2 (O templo)

Bahugera parte 6-2 (O templo)

Eu moribunda alma desfalecida,
Desgraçada e sem vida em vis eras
Oculto-me a tempos da besta fera,
Que urge do vazio de minha vida

Eu ignorante ser frio e torpe,
Que apodrece qual vis vermes,
Aglomerado sobre o cerne
Da escória deste vil orbe.

Eu moribunda alma esquecida,
Que oculta-se em minhas trevas,
Acorrentado a um deus, Bahugera
Donde nada são almas falecidas.

O ás de minhas dores e temores,
Um ser de vis e tétricas maldições
Donde a morte são boas alucinações
Um horrendo templo de horrores.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Sombras entre tumbas

Sombras entre tumbas

Onde meu corpo se encontra a horas tais,
A mente nesse enfermo frio adormece
Reveste-me em sombras e vultos do agreste,
Urde e berra a secos ventos, medos desiguais.

Quem sabe a palavra a ela concebidas
A morte, aquela que espero ansioso.
Observando me em fardos penosos,
Desprender-me de dores esquecidas

Quem sabe onde as andam as sombras,
Aquelas que em ermos túmulos rastejam
Suas chagas a meu corpo praguejam,
Excruciando-me a um nirvana em penumbra.

Vivo de um mal agouro espiritual,
Ou talvez cousas da mente irracional.
Que arde a massa em forma demencial
Carbonizando-me a um leito universal!

Quem pode-me dizer nessa noite,
Onde vejo trevas e escuridão rugindo
Vozes fragmentadas culpam-me infindo,
Espero o porte de meu pai a vulgar morte.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Manifestação do povo

Manifestação do povo

Trago, sinto invadir meus pulmões
Intoxicante gritos assolam a mente,
Perdura o corpo pálido e a alma doente
Excrucia-me com ódio e vis maldições.

Onde o ventos que vem da morte,
Sendo mais árido que o reino do inferno
Trazem consigo um desterro eterno,
Ocultam no peito os ases da má sorte!

Vozes incessantes estão bradando,
Essas que percorrem com o árido vento,
Vem repercutir um passado cinzento
Essas vozes brandão sangue de meu bando.

Viagens podres de meu subconsciente
Ouve vozes de um mal agouro e sedento,
Povo que esperem o corpo a vermes nojentos
Crucificando um réu como culpado e impotente.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Bahugera (O templo) 6-1

Bahugera (O templo) 6-1

Observava templo vil e monumental,
Que violava a santidade do céu
Perfurava um infernal mausoléu
Donde um deus nada mais era que mortal.

Assombrou-me o templo de louvores,
Onde vi deuses e mais deuses,
Temente ao que na penumbra ruge
Um mestre na área de meus temores

Embalava-me de tão vil e sobrenatural,
O templo que abrangia dimensões
Paraísos apenas vis e meras ilusões.

Absorto no templo vil e monumental,
Onde vive um medonho deus ou fera
E anjos morrem ao ouvir Bahugera.

prosopopeia em busca da morte

Sonhando com a morte

Delirando sob um céu escuro,
Buscando um boato do futuro
Fito a escuridão e o que eu vejo
O vazio, aquele que não almejo.

Adormeço em fúnebres pesadelos,
Sonhos contorcem a massa doente
Em busca de exprimir o inconsciente,
Onde a psique busca um pouco de zelo

-Venha nessa noite minguada
Sobre o peito daquela cova rasa,
Exprimir palavras agora passadas
Venha exprimir tudo com rosas.

Um diálogo

Embriago-me em busca de conforto,
Procuro nesse copo quase vazio
Envolver-me com algo fictício
Tentar esquecer o semblante morto.

-Amigo, o que procura? A própria morte?
Esperando o fim de interminável lamento
Ou busca reconfortar o sentimento?
-Procuro quem atenda por maldito porte.

Encontro com a morte

Propriamente digno é o corpo moribundo,
Aquele entorpecido pelo efeito de toxinas
Que procura olhar cedo a própria sina,
Acaba em um abismo vil e profundo.

Anjo que porta em suas mãos a vida,
Venha até mim nessa hora de minguado
Encontrar-me sobre um leito fatigado,
Aqui onde sou um poeta de partida.

Frívolo por severas mutilações,
Maldisseram tantas vazias emoções,
Após a vida agonizante e silenciosa
Reconforto-me num caixão de rosas.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Bahugera - A grande besta primordial (O reino parte 5)



Bahugera - A grande besta primordial (O reino parte 5)

A grande besta primordial

Em meus fúnebres pensamentos, eu padeci
O mundo não passava de nada mais frio,
Qual morte que estende a mão além do rio
Onde os frutos das árvores, já não crescem.

Fitei meus duvidosos pensamentos,
Atormentando a mente sobre a morte
Uma fábula? Ou jogo de vil e pura sorte?
E nas entranhas daquele eu, vis lamentos.

Pudera que eu tivesse percorrido o mundo antes,
Presenciar tudo em uma era mágica e primordial
Feita de misticismos e mil cousas do ser essencial,
Era naquela réstia d’um passado feito em sangue.

Era tarde quando deparei-me com pergaminhos,
Que ocultavam coisas d’um ser vil e colossal
Onde até a morte era uma vil e mera mortal
Eu compunha meus pensamentos sozinhos.

A fora naqueles devaneios perto da morte,
Em que a fera urgiu das trevas de forma tétrica
E apenas se ouvia as trombetas angélicas
Era Bahugera. O digno deste maldito porte.

Lembro-me da grande besta vil e primordial
Que urgiu das criptas de meus entes,
Rugindo os medos qual sou temente,
Agrilhoados ali diante de meu umbral

Era a réplica de meus vis e cépticos horrores,
Um ser de tamanho colossal e forma desigual
Obter-me até a última réstia de tecido visceral
E naqueles tentáculos o centro de mil dores.

Um macabro teatro banhado em sangue,
Onde a morte disse-me tremendo diante
A uma criatura vil e de aspecto primordial:
-Esse deus imortal é a desgraça universal.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Vil teatro de meus sonhos

Vil teatro de meus sonhos

Vejo airoso o sol em estado poente,
Num espiritual e vil estado de transe
Almejo aquilo que não tenho alcance,
A dor que arde em meu cérebro doente.

Um fatídico e cruel teatro de sonhos
Donde me ilude com façanhas ilusórias,
Clamo pelo fim deste horrendo suplício
Refletindo um semblante tristonho.

Colossal manifesto de esperanças,
Brincando com a mente de mil formas,
Estabelecendo um contexto de normas
Como um jogo de perversas crianças.

Imanente e abissal ser com aspecto medonho,
Urge a noite com um teatro fúnebre de sonhos
Donde vejo os mortos em suas frias covas
E o desterro de meus sentimentos em rosas.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

A carta (Inania Verba)

A carta (Inania verba)

Escrevo sobre essa vil encruzilhada,
Que persegue-me desde o nascimento
Crucificando-me em fúnebres momentos,
Trago um fato, uma carta amaldiçoada.

Soturna e de mansinho invade a noite,
Dita com sabedoria um sono profundo
Dispersa a dor dum corpo moribundo,
Imanente deus que vive no açoite.

Deixo simples e únicos versos melancólicos,
Esses que nessas cartas são eternos,
Onde o corpo não padece perante o inverno
Túmulos erguidos são apenas simbólicos.

Deixo essa carta que fere meu coração,
Com palavras que não tenho força a expressar,
A psique que foge a fim de se completar
E o corpo deixado em um sepulcral caixão.

sábado, 12 de maio de 2012

Aos meus entes que partiram

Aos meus entes que partiram

Nessa noite de luar minguado,
As memórias trazem a dor
E o que fora deixado? O amor.
A saudade do que fora no passado.

Escrevo não por simplesmente arte,
Ou esse amor que eu tanto tenho
Mas pelos martírios que mantenho,
No meu coração que morre em partes!

Aqueles que partiram sem prévio aviso,
Sem que minha mente se preparasse
A lamuriar pela vida que não restasse,
E ver pela última vez o teu sorriso.

Nessa noite de luar frio e branco,
As memórias despertam a dor,
Saudades d'um pai sonhador
Ai! Pudera ele agora ser um santo

Escrevo por ter essa dor profunda,
Que sufoca-me garganta e pulmões
A prisão nesse fortes grilhões,
Num coração em frias catacumbas.

Conto com a manhã vil e profana,
Aquela que lhe tirou a vida
Com voraz fome vil e imunda,
Consumindo a essência humana.

Dói ver o seu corpo no enterro,
E a face do pai, em seu leito
Chorar sobre seu frio peito,
Observa a alma em seu desterro.

Espero que no seu paraíso sepulcral,
Em coberto de tantas mil flores,
Jazendo com seus próprios valores
Pois em meu peito será essencial!


Uma pequena homenagem a meu pai. Egberto Mayrinck Azevedo de Castro

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Libertar-me d'um, eu.

Libertar-me d'um, eu.

Em uma noite fria de um denso nevoeiro,
Dúbio em melancólicos pensamentos
O corpo fraco pelos olhos sonolentos,
Fitei um vulto que se formava por inteiro.

Como que em um sonho airoso e espiritual,
Embalei-me a uma dança de imortais
Acompanhando as almas de ancestrais,
Brilhando quais estrelas do céu universal.

Calei-me a majestosa orquestra de um todo,
Sem dúvidas sobre o mundo ou cousas tais,
Delirando em fendas que perfuravam portais
Donde tudo que se esvai virava lodo.

Na noite fria onde houve um trágico ato,
Corrompendo a mente de forma inconsciente
Perdurando-me a um futuro vil e dependente,
Foi nessa noite em que assinei maldito contrato.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Bahugera (O Reino Parte 3-4) O cavaleiro



Bahugera (O Reino Parte 3-4)

O cavaleiro



Trago-lhes vil e tétrica maldição
Aquela que assombra um coração,
Perdurando-se sobre uma armadura
Obscura, vinda da abissal loucura.

Ser infame que vaga pelas geleiras,
Qual morte em seu corcel se esgueira
Vindo de um conto ou de lugar sepulcral,
Porta uma lâmina de aspecto espectral.

Brada para a noite e o que vê?
Nada além do vazio e das chamas
Inimaginável nada que olhos vão crê,
Além da odiosa maldição e sua fama.

Quem viu cavalgar a infame morte,
Desse mundo já não faz parte
Um golpe de azar ou pura má sorte?
Sendo decapitado com tamanha arte.

Trago-lhes nobre conto do horror
O mesmo que nasceu com a dor,
Perdurando-se sobre uma armadura
Obscura, vinda da abissal loucura.

O corcel de olhos vis e flamejantes,
Trazendo consigo a morte triunfante
Encoberta em um perverso negror,
Revela um imenso e abissal terror.

Gritos estridentes atravessam a noite,
O tinir da espada e restos da batalha
Fora a morte que esperou no açoite,
Com seus trapos e réstias de mortalha.

Cavaleiro infame do vazio das eras,
Traz consigo de comparsa a morte
Servo leal do deus Bahugera.
A desgraça é um dom e seu porte!

Trago-lhes vil e tétrica maldição
Aquela que assombra um coração,
Trazida de um portal vil e sepulcral
O cavaleiro da lâmina espectral.

Bahugera (O Reino parte 3-3) Diálogo de um todo

Bahugera (O Reino parte 3-3)

Diálogo de um todo

Adormecido a tantas horas
A forma espectral. Liberta
Da face d'um mundo, acoberta!
Em uma realidade, doirada.

Nesse lugar mágico e natural,
Encontrei-me com deus do horror
Que atormentava um outro, eu com ardor
Fugia-me da garganta palavras. Infernal!

Era eu naquele teatro de sangue
Absorto na loucura anormal,
Queria diferenciar o real do surreal
Fora em universos vis e distantes.

Que dialoguei com Bahugera
E naquele dialogo éramos deuses,
Temente a descrença dos ateus.

Era eu com a sabedoria vil e humana
Com a compreensão ilimitada,
Do contexto do tempo, eras passada
Que consumia a verdade insana.

Lembro-me do que disse a fera
-Sou incumbido da desgraça imanente,
D'um mundo que padece impotente.

Lírios

Lírios

No silêncio da noite lânguida
Em que escrevia sobre tudo,
Eu, sendo um poeta de luto
Delirando sobre a morte prometida.

Como uma alma sem rumo,
Fui vagar pela penumbra
Voar qual leve pluma,
Defronte a ermos túmulos.

Era tão belos qual vida,
Narravam belas histórias
Outras infortunas e trágicas
Dos que jazeram em inglórias.

Espero eu ter a paz prometida,
Onde os lamentos e martírios
Tocados em triste músicas,
São belos como os lírios.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Composição Orgânica

Composição Orgânica

Adentro desse corpo quase padecido,
Trago-lhe um composto místico,
Dos corpos em seu estado físico
Revelo o que a muito foi esquecido.

A força que jorra dos vasos sanguíneos,
Corrompida pela psique existente
A inércia do raciocínio torna-se presente
O intrépido futuro torna-se lânguido.

 Qual? A fórmula desta complexa composição.
Que enlouquece a mente forte e sã
Ofuscando o brilho da estrela da manhã,
Corroendo as artérias d’um fraco coração!

Qual? Os mistérios dessas desventuras,
Que completam uma vil forma doente
Em que a vida engole-me qual serpente,
Mal digo desta vida! – Triste literatura.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Bahugera (O Reino parte 2- Caos)


Bahugera (O Reino parte 2- Caos)

Venho de incomensuráveis dimensões
Trazer mil e uma faces distintas,
Embalar-te a uma ira nazista
Resgatar temores e vis alucinações

Traga-me o corpo vil e funesto
No próprio leito de extrema dor,
Jaz quase padecido exímio pecador,
Porém reflete o bom e honesto.

A abatida carcaça mortuária,
Aquela que alimenta corvos infernais
Virando nada, nas grandezas universais
Defronte as verdades. Imaginarias?

-Paralítico com a monumental quimera,
Que vinha corromper corpo e mente
Da réstia da humanidade vil e doente,
Naufragando em trevas a torpe esfera.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

A mensagem




A mensagem

Inferno, esse maldito e vil agouro
Que persegue-me nas viagens imortais,
Atormenta-me com sonhos infernais
Em visões de enlouquecer o couro.

Aquele ser maldito, de porte erudito
Ardiloso a espreitar-me nas sombras,
Por onde temores vis me assombram
Trouxe todo o fim que foi-me dito.

Na escuridão que calava e rugia
Onde a mãe natureza era morta,
A morte veio bater a minha porta,
A realidade vil me perseguia.

Foi aquele estranho e pequeno
Ser, de vil e singular porte
Que trouxe a própria má sorte,
Aliviando o corpo com seu veneno.

Bahugera (O Reino parte 1 - Caos)


Bahugera (O Reino parte 1 - Caos)

Sombria e vil imortal quimera
Que urgiu do vácuo espectral,
Trazendo a desgraça universal,
Perdurando trevas por eras.

Ser de desgraça estridente,
Onde a morte é fria e ausente,
Traz consigo a mente experiente
Na falência do corpo temente.

A besta fera que voraz rugiu,
Liberta das trevas infernais
Assombrando as horas celestiais
Foi o medo do medo que surgiu!

Donde a vida já não vale,
A terra de paz não é prometida,
Sob o olhar tétrico da fera homicida
Deus ou fera de tantos males.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Fillius Mortis


Fillius Mortis

Corrente do destino lava-me o sangue,
Corrói-me, com a encruzilha vindoura
Réstias da morte, ardil e agoura.
Lobotomia distorce a realidade doravante.

Crucifixos ungindo em água santa,
Arde e enfurece um mundo sem deus
Horizonte, oculta filhos ateus.
Assombrados por batinas e mantas.

Geração amedrontada por mentiras,
Existência em fatos fictícios
Abissal fossa de humanos primitivos,
Manipulados, palhaços de sátiras.

Ceitas religiosas, loucos e obsessivos
Santas inquisições ofuscam a realidade,
Morte, pura ou vil excentricidade!
Vítimas da imortalidade? Relativo.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Uivando a um muro de concreto


Uivando a um muro de concreto

Falando a noturnas horas,
Sobre milhões de coisas tais
Onde não havia nada mais
Eu pranteava a tantas horas.

Não havia alma alguma,
Que pudesse ouvir meus martírios
Ai! Tão serenos qual lírios
Eram palavras melódicas, em suma.

Tão solitária vida de agouro,
Assombrada pelas sombras infernais
E tantas cousas vis e tais,
Agonizantes como arrancar-me o couro.

Era eu que observava o abissal,
Aquele reflexo de nada mais
Sem almas e cousas vis e tais,
Era eu em diálogo espectral.

Ai, naquelas facetas do destino
Falando além de mundanos portais
Sobre temores horrendos e imortais
Era eu, aquele padecido menino!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Resposta ao meu ermo túmulo

Resposta ao meu ermo túmulo

Na solidão nefasta em plena escuridão,
Ouvi sussurrar meu nome nas trevas,
Era gentil anciã vinda de tantas eras
Convocar-me a questionável imensidão.

Discreta com força vil e imanente,
Desperta de seu jazigo do fogo infernal
Além de portais de aspecto sobre natural,
Trazer-me a mensagem pontualmente.

Quem me dera que aquele calafrio,
Que tremeu a espinha de mil medos
Fosse o frio incisivo de tão cedo
E não os grilhões daquele silêncio.

Absorto nas estrelas azuis universais
Contemplando as hastes celestiais
Consumia-me o temor das hordas infernais,
Disse a mim: -Pobre que não jaz em paz!

segunda-feira, 9 de abril de 2012

De outras eras

De outras eras

Foram belo doirados anos,
Isento de qualquer preocupação
Corpo não fraquejava pós imensidão
Virtuoso era viver sem planos.

Aquela imagem empoeirada,
As rodas de cirandas cantadas
Alegremente, ouvia-se gargalhadas,
Vejo ali o reflexo de águas passadas

Ai, em outras eras. Eu nasci
Com infortuno destino em mãos,
Perfurei a artéria dum coração,
Em mil e um devaneios eu padeci.

Diálogos de vozes espectrais,
Rondam a imagem empoeirada,
Ouve-se versos e cousas passadas
Atormentando-me em meus umbrais.

Como espero ver o brilho da aurora,
Sorrir com ênfase para a criança
Ungida de vil e desgraçada esperança
Aquela que a morte conta as horas.

Saudades de minha casa tenho,
Não aquele punhado de concreto,
Mas daquele amor vil e incerto
Lembranças dali eu mantenho!

Em diálogos de vozes espectrais,
Ouço sussurrar em minha mente
Perturbando o corpo fraco e doente,
Adormecido em outras eras celestiais!

sábado, 7 de abril de 2012

A minha morte

A minha morte

Eu, alma solitária, na natureza morta
Agrilhoada em ruínas de ermos túmulos
Onde observava o feixe do crepúsculo,
Pelo ferrolho da envelhecida porta.

Compreendi os fatos da vida,
Os deveres incumbidos a morte
A certeza em singular corte,
Uma bênção ungida e prometida!

Não procuro vislumbrar a dor,
Em mim ou fatos do divino
Quero exprimir o frio incisivo.

Atormentado pelo tic-tac decisivo.
Réu, entre portais benignos e malignos
Quero alienar-me em tal esplendor.

Minha ausência

Minha ausência

Deixo-lhes breve e poético relato,
Para poucos que pranteiam
O casulo que as moiras teia,
Concretizando um céptico fato.

Formo essas poesias em vida,
Enquanto sou massa física,
Possuidor de essência química
Um conjunto marcado de feridas.

Aguardo o meu leito natural,
Partir em uma jornada espectral
Sendo o nada do azul celestial.

Deixo-lhes o amor pela vida universal.
Com questões sobre tudo e nada.
Vivendo em cousas mal solucionadas!

quarta-feira, 4 de abril de 2012

A ilusória (Bahugera epitáfio parte 5)

A ilusória (Bahugera epitáfio parte 5)

No calar dos eternos anos,
Observei a praga concebida
Fera imanente, ali renascida
Arquiteta de esplêndido plano.

Procuro exprimir ritualístico véu,
Inconsciente e artístico ilusionista
Louco contemplando astuta maldita.
Com negros olhos engolira o céu!

Absorto no brilho do céu noturno,
Que ofuscou a pálpebra negra.
Sucumbindo-me a primordial regra
Fui jazer com o pensamento soturno.

Praga, do vago fogo infernal.
Que não notei naqueles epitáfios
Fora nas ruínas do lugar nefasto,
Que a fera rugiu de forma espectral.

Ousaria? Sonhar com trevas imperiais
Como saberia? A finita vida universal
O romper do infindo azul celestial
Como? Renascer de medos ancestrais!

-Airosos relatos de vidas superficiais
Humanos já mortos em seus rituais
Na penumbra da odiosa aurora
Subjugarei a morte nessa hora!

Os mistérios (Bahugera epitáfio parte 4)

Os mistérios (Bahugera epitáfio parte 4)


Donde mortal algum contemplou,
A vida em primogênitos escritos
Ermos túmulos que ocultam ritos,
Despertou fera que nunca se calou.

Infinda sabedoria daqueles grimórios,
Onde a morte de um outro plano
Vinha alertar fracos humanos,
Logo acolhe ria-os sobre seus auspícios!

Quem diria que nos segundos restantes,
Atormentava-me fera vil e secular,
Conjecturando praga em destino singular
Urgia, a quimera de terror andante.

Quisera eu em meus receios,
Viver entre fatídicos temores
Sem corroer por cépticos horrores
Ai! Pudera eu, jazer sem rodeios!

Saudades e vis tramas do amor

Saudades e vis tramas do amor

Pouco tenho para expressar.
Toda agonia desse peito batente,
O curto espaço-tempo é diluente
Agoniza-me, lembranças do seu olhar.

Falta-me palavras para tudo
As vis tramas que cercam a loucura,
Cruéis mas de outrora linda e pura,
Quero sustentar-me sem mundo.

O que tenho para-lhe confessar,
Palavras já não são suficientes
Onde seu reflexo brilha imanente.

Quero arduamente suspirar,
Infinitas noites que não a vejo,
Jazer com esse maldito desejo!

Poesia subliminar

Poesia Subliminar

Brilhante noite supersticiosa,
Ritmava uma valsa universal
Uma dama com leveza celestial,
Nitidamente a estrela mais virtuosa,
Agoniza-me o prazer sobre natural.

Eu, mero adorador de sua beleza
Um servo desta mais nobre realeza.

Traga a mim a loucura humana
Eu espero a paixão suburbana.

Admirável a escuridão castanha,
Misticismo em qual me apanha
Ousadia? Aprofundar-me no imortal!

Conto desesperado sete, oito e nove,
Haja sobriedade? Nesse seio ardente
Apaixonar-me tão cegamente toda vez.
Traga-me todas as infindas certezas
Pois jazer-lhe amando não é incerteza!

quinta-feira, 29 de março de 2012

Sonhador do nada

Sonhador do nada

Donde e quando essa praga começou?
Lembro-me d'um distante um sonhador!
Planos realizados em completo esplendor
Procuro palavras para o que me naufragou

Repito das células, da massa cerebral
Aquele imanente e vicioso nada,
Que vem sorrateiro destruir a vida amada,
Lembro-me bem daquela sombra espectral.

O vago fogo que queimava ardente,
Pouco eu sei, da mente que cedo padeceu
Infectada pelo negror que em mim cresceu,
Expressando o vil e vazio nada somente.

Queria eu, explicar a praga das belas artes
Aquela que consome meu corpo e mente,
Esvaindo a alma sonhadora presente
Como posso? Suportar as dores desse enfarte?

quarta-feira, 28 de março de 2012

Epitáfio da fera (Bahugera parte 3)

Epitáfio da fera (Bahugera parte 3)

No raiar do céu obscuro, frio e vazio
Onde as decadentes estrelas celestiais,
Com seus exércitos de seres infernais,
Arquitetavam contra aquele senhorio.

Foi naqueles papiros egípcios,
Que resguardava torres de babel
Onde arcanjos encarceravam, ser cruel
Ali onde estava descrito fim e principio!

Absorto nos contos dos ancestrais,
Que bradaram contras as orlas espectrais,
Vindas das infindas terras universais
Reparei tais erros dos seres primordiais!

Os pergaminhos do temido horizonte,
Onde as decadentes estrelas celestiais
Com seus exércitos de seres infernais,
Emergiam aquele inferno defronte!

terça-feira, 27 de março de 2012

Realidade universal ( Bahugera Epitáfio) Parte 2

Realidade universal (Bahugera Epitáfio) Parte 2


O conto

Grandiosa e vis trevas, onde vi nascer a fera.
Transparece a eufórica visão da morte,
Qual vem desconhecida na má sorte
Oculta na escuridão por mitológicas eras.

Foi num eclipse solar, o dia com ar soturno,
Que absorto no abissal vortex espectral
Renascer o monstro do vazio infernal,
Donde os corpos vêm de diálogos taciturnos.

Foram tantas vis e longínquas trevas
Que observava do vortex sobrenatural,
Corvos sussurrando o medo desleal,
A fera ou morte esperava-me por eras.

Naquele inóspito e horrendo mundo,
Que transparece a euforia visão da morte
Qual vem desconhecida na má sorte,
Que fui jazer em um sono profundo!

O ritual

A venho mais uma vez descrever meu medo,
Aquela agonia desconhecida e humana
Que vem atormentar a mente vil e insana,
Aquele que me faz padecer jovem e cedo.

Trágicas histórias de ritualístico embalar,
Onde corpo e alma vão se separar
Misticismo, onde a psique vem sangrar,
Deus ou fera de mil olhos a ressuscitar.

Sons emanam daquele inferno secular,
Trazendo consigo urros vis e imaculados,
Psique e corpo de um ser deformado
Verdades impossíveis vêm agora especular.

Quem ousou? Renascer o deus do horror.
Despertar toda agonia desconhecida e humana,
Que diabos atormenta a mente fraca e insana,
Os sons do tambor, louvando aquele senhor!

Renascer

Profano e vil. Distante reina o purgatório.
Prisão destinada ao deus dos horrores,
Aprisionando ser de portes vis e superiores
Indizíveis portais de verdades e sacrifícios.

Trago tamanha e horrenda verdade,
Qual foge de todas supérfluas vaidades
Desmascarando até a tola vitalidade,
Trago-lhes sem piedade a realidade.

O despertar da imanente besta fera,
Donde os corpos e almas vão se separar,
Misticismo, onde a psique vem sangrar
Donde somos nada a não ser quimeras!

-Que mortal? Ousou enxergar o universo
Contemplando o nascimento celestial,
A maldita verdade do fogo negro infernal
Qual morta observou? A vida de ponto inverso?

quarta-feira, 21 de março de 2012

Epitáfio da Fera

Epitáfio da Fera

Onde o astro rei não era presente,
O orbe envolto no vil e obscuro
Observei pelo véu do futuro,
Aquela besta fera, um "ser" imanente.

Nas entranhas das abissais cavernas,
Ouvia o rugir de uma enorme fera
Aquela que fez emergir as trevas
Consolidando em épocas eternas.

Naquele lugar que o sol não raiava,
Minha alma foi suave padecer
Esperando aquilo logo esquecer,
Os gritos que a mente não calava.

Foi naquela fria e escura terra,
Absorto no epitáfio da quimera
Aquela que travou por tantas eras
Entre a luz e trevas a eternas guerra!

A pequena criança

A pequena criança

Onde o colossal céu vem a minha mão,
Hesitei ao compreender um fato vil
O corpo de uma criança sobre o chão,
Notei o pequeno semblante tão gentil.

Lembro-me daquele dia frio e desafortunado
Onde vi um ser recoberto em sua escuridão,
Brilhar aquela luz de uma profunda compaixão
Observei dois rostos pálidos e desventurados.

Tudo lembro-me desde o meu nascimento,
Sentimentos e mágoas vilmente perduradas
Virando agora qual vasto oceano simples e nada.

Lembro-me bem daquele ato de sofrimento,
O corpo no chão, aquela criança que padeceu
Não sendo nada se não o próprio, eu!

sexta-feira, 9 de março de 2012

Ecoando ao nada

Ecoando ao nada

Ouvi o soar daquele sino a badalar
E percebi onde a morte era tudo e nada,
Fui cortejado pela ausência em sua morada,
Ouvindo palavras vis para me acalmar.

Lembro-me bem daquele frio infernal,
Aquele que a carne não se conforta
Mas o frio daquele sussurro espectral,
Aquilo que a muito poucos importa.

Senti a desgraça e o terror vil e trevoso,
Da presença de palavras tão fúnebres
Palavras ditas de forma polidas e ilustre,
Amenizando o semblante choroso.

Foi aquele triste badalar após as três,
Trazendo o mal presságio da morte
Suave e mansinho qual vil má sorte,
Veio de forma e efeito pouco cortês.

Eu que absorto nos próprios prantos,
E não compreendia o quanto vil fora
As palavras que jaz na eterna demora,
E agora viram supérfluos louvores e cantos.

Vi que as palavras em si não eram vis,
E a morte revestida em seu manto e negror
Não era nada se não meu próprio temor,
E eu percebi o horror da fatalidade sutil.

Lembro-me bem daquele frio infernal,
Aquele que vem nesse velório
Com o embalo de um sussurro espectral,
Entoar seus desejos pueris e simplórios!

terça-feira, 6 de março de 2012

Bahugera Parte V

Bahugera parte V

Embriago a mente quase inane,
Aquela moribunda em um profundo
Transe vil e inane sobre tais mundos
Histórias e contos ali são imanes.

Onde os ventos frios e áridos,
Contemplavam o bailar espiritual
Diante da verdade vil e ancestral,
Urgiu os ermos mundos indefinidos!

Pergunto-me o mito de bahugera
Donde raios surgiram a besta fera?
De onde ouvi rugir a brava quimera
Que emergiu em Cretas numa era.

Pergunto-me absorto no reflexo
O que seria ela? Algo complexo?
Seria o horrendo monstro ou deus?
Sendo a simples definição, eu?

quinta-feira, 1 de março de 2012

Bahugera parte IV

Bahugera parte 4

Obscuras e vis eram as vagas memórias,
Aquelas que efervescem a massa cinzenta
Desabando a forma rude e corpulenta,
Donde só lembro-me de choro e miséria.

Expresso aquele aspecto horrendo,
Que vem das cruéis trevas infernais
Atormentar-me cedo em tramas universais,
Fazendo meu corpo vilmente se corroendo.

Vi novamente aquele deus ou fera,
Aquele em que enxergava o vil medo
Que provém de um desconhecido medo,
Aquele ser que perseguiu-me por eras.

Era cedo quando acordei com tamanho pavor,
Logo na rua eu ouvi a romaria e secos gritos
Aqueles que premeditavam o concreto e finito,
Trazendo consigo um leve e frívolo rumor.

Eu vi de tantas trevas surgir aquilo,
Donde surgiu? Do negro fogo infernal?
Um hórrido e mortífero animal,
E nada ouvia, somente um som tranquilo.

Deleitei-me ao ver os portões celestiais,
O corpo era agora frio e natural
Observei aquele horrendo animal,
Liberto em meus medos infernais!

Em sua ausência

Em sua ausência

Na noite que fui cedo deitar-me,
Com as belas estrelas noturnas
As memórias de tudo, soturnas
A brisa tão leve a embalar-me.

Eu naquele eclipse noturnal,
Da lua negra que fugia da mão
Todas as palavras ditas em vão,
A um vulto de forma espectral.

Pranteei ao tão vasto céu,
As palavras tão abomináveis,
As dores das almas incomensuráveis
E suas réstia em um mausoléu.

Eu em sua ausência venho escrever,
E aqui espero que possa ouvir
As palavras que não puderam sair,
Quando em seu leito foi padecer.

Eu com naquela agonia que perduro,
Nas infinitas noites de céu escuro,
Vejo a finita vida e o intrépido futuro
Que jaz como um feto prematuro.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

A carta - Inane Verba

A carta - Inane verba

Escrevo a carta qual nunca será entregue,
Palavras que sufocam os pulmões e a garganta
Trazem consigo a calmaria da virgem e santa,
Expresso o amor e a dor em grande destaque.

Palavras mal ditas e do peito recunciadas,
Agrilhoadas em pensamentos e escravos,
Dores sofridas e vidas perdidas pelo ego bravo
O semblante que jaz com chagas amarguradas.

Venho expressar aquele inane e vil dor,
Que pulsa em meu seio nessa carta
Aquela que escrita numa nublada quarta,
Eu vim expressar-me qual sonhador.

Eu num deslize do espaço temporal
Absorto nas palavras jamais escritas,
Tantas cousas aqui nunca foram ditas
Expressando tão belo amor jovial!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Conversa com a viúva Conversa com a viúva




Conversa com a viúva


Onde oculta-se as memórias feridas
No abissal e profundo córtex cerebral
Eu senti o nascer do veneno celestial,
Corrosivo qual própria morte revestida.

Foi com aquele leve liquido venenoso,
Que corrompeu o corpo vigoroso

Descrevo devagar aquele pequeno ser,
De forma e aspecto vil e singular
As dúvidas sobre a morte veio especular,
Resposta que a psique não soube esclarecer.

Lembro-me do ser que possuía nome
E emergia do vago fogo das trevas: a fome.

Esclareceu-me as dúvidas tão complexas
Que possuía sobre os encantos universais,
Que nenhum livro usou palavras iguais,
Descrevendo a vida de forma tão cética.

Reflito absorto naquele anseio,
As respostas que negativamente receio,

Lembro-me nesse leito que os abutres rodavam,
Aquele pequeno e vil ser com um aspecto obscuro
Que foi suave e delicado revelando-me o futuro,
Poetizando a vida finita e as dúvidas que cercam.

Foi aquele leve liquido venenoso,
Que corrompeu o sentimento penoso,

Eu que lembro-me do meu funesto olhar,
O imanente e vil dançar de contexto espiritual,
Vi sobre aquele pequeno mar do leito primordial
O tão belo e funesto reflexo do luar!

Lembro-me do ser que era a viúva das trevas
Aquela pequena solitária por tantas eras.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Hades

Hades

No demasiado longínquo portal,
Eu vi o semblante feito de Hades
O semblante sem dó ou piedade,
Eu vi o descrito vortex dimensional.

No mais obscuro penhasco abissal,
Observei as três irmãs parcas
Absortas em linhas e suas marcas,
O rápido deslize ao ventre espectral.

Nos alucinados sonhos que tive,
Enquanto moribundo contava horas,
Eu vi as trevas no seu vil negror

Naquele vil e distante declive,
Onde não raiava os brilho da aurora,
Eu fui jazer em tamanho horror.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

História

História

Führer I

Alma amargurada pelo próprio destino
Vê-se atado nas rédeas e limitações,
Desgraçado pelas próprias criações,
Um mimado menino com sede do divino.

Trouxe consigo a desgraça humana,
Demonstrando o ódio do sangue germano
Demasiando o almejo de seres puritanos,
Emergindo o caos e a desgraça mundana.

Trouxe consigo a segunda guerra mundial,
Descalabro com o amaro ódio universal
Ritualística combinação de forma anormal,
Jugou-se ser de uma raça primordial.

Fez brandear os fervorosos canhões,
Cintilar o céu da tão bela frança
Sacrificou até pobres crianças
Encantado com as alucinações.

Contemplou a aurora marca por um véu,
Aquele que lembra um triste velório
Concebeu naquela terra o triste funerário,
Desgraçou própria pátria almejando o céu!

Holocausto II

Ouviram longínquo aviões e soldados gritando,
Demônios em formas humanas bradando,
Canhões armados e almas subjugando
Holocausto de um povo morrendo e agonizando.

Humanos aprisionados qual um enorme apartheid,
Corpos amotinados " vermes" foram julgados,
Qual enorme fazendo com mil cabeças de gado
O mundo lamuriou com tamanha crueldade.

Hitler trouxe consigo sua vil sociedade,
Usuário de um jogo de tantos interesses
Buscou a riqueza para seus prazeres,
Entoou um um grito de falsa divindade.

Ouvi descalabro os gritos estridentes,
Pulsando do seio de seres agora espectrais,
Urrando tão leve sussurros e gemidos naturais
Gritando as suas dores impertinentes.

Sendo breve o relato de forma espectral,
Deixo as dores das almas que jazem,
Entoando tantas lágrimas que mal dizem
As dores causadas pelo deus patriarcal!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Mortas almas

Mortas almas

No escurecer do crepúsculo matinal,
O ar dançante das covas violadas
Mortas arvores com vozes surradas,
Os galhos de um bosque ancestral.

O bailar épico alucinantes dos vultos,
Sombras e pecados vidas desterradas
Chagas e réstias vis e desgraçadas,
Vem de almas sem esperança e indulto.

No contemplar da afeição mortuária,
Traz consigo um funesto prefácio
Das estridentes vozes agoniadas.

Aquela que no dia jaz solitária,
Sepultada sobre um estreito palácio
Esperando escurecer a alvorada!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Nirvana

Nirvana

O bailar épico das estrelas transcendentes,
Donde aquele da paz profunda permanece
Confinado na essência da alma que adormece,
Deus e o humano visto de forma congruentes.

Consciente do metafísico e mórbido luar,
Aquele que se faz vivo quando outro ser poente,
Na outrora em que a morte se faz nascente
Pensamentos frios e mortais logo a esmagar.

Metáforas em formas da vida filosófica,
Escurecem a cientifica forma da razão,
Mentira e verdade viram ambiguidade!

Pergaminho sagrados visto com obras históricas,
Cortejam a vil humanidade com a cega imensidão,
Fecundam a jovialidade com falsas publicidades.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Versos

Versos

Na noite em que eu adormecia
Com a cabeça recostada no veludo,
O meu corpo era pútrido e imundo,
Eu com ar fúnebre preenchia.

Palavras com sombras desiguais
Passado, presente e futuro anormais
Versos com suas forças descomunais.
Tomos de ciência e magias ancestrais!

Expressava aquele vil e negro orbe,
Desde quando era a esfera torpe,
Expressei o primeiro conto espectral
Dialogo que nenhum ousou sonhar igual.

No surgimento dos portais universais
Fora-me concedido versos e poesias,
Relatando toda horrenda e vil profecia.
Ocultas nas grandes hordas celestiais!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Adágio




Adágio

Descrevo o que ouvi e era belo,
A sinfonia que tocou-me a alma,
Transparecendo a face calma
O universo único em estado paralelo!

Sendo madrugada quando entoou
As cordas daquele violino,
Que fizeram ranhuras no destino,
Quando a última nota ele tocou.

Era assombroso o que expressava
Fazendo até a morte lamuriar,
O que fizera com tantos em injúria.
Enquanto no canto ela sussurrava

Entoou os acordes mais uma vez,
Os anjos e querubins em prantos
E na lira não havia desencantos.
Só semblantes mórbidos de palidez!


Recomendo a leitura com tal música já que ela inspirou-me.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Altar

Altar

Serena ela vem e bate tão leve,
É a brisa que fugiu do inferno,
Trouxe a melancolia do inverno,
Revelando a eternidade em breve.

Foi naquele distante altar,
Que fiz os meus votos eternos,
O amor que pulsava do interno,
Num paraíso rodeados de pomar,

Sonhos que tive em belos campos,
Antes mesmo de proclamar o final,
Senti o descalabro frio anormal,
Agrilhoando-me qual infernal grampo.

Onde vi tão airosa e bela vida,
Porém num golpe de má sorte
Tão intrépida fora ela, a morte!

Componho o que é funesto,
E naquele único momento,
Que fora o meu casamento,
Vi ser tão nobre sendo desonesto,

Foi naquele distante altar,
Que declarei o meu amor,
Como um tolo sonhador,
Num paraíso rodeado de pomar.

Eu que compus a própria dor,
Escrevi as minhas desventuras,
Um conto da nobre literatura,
Onde deixo lhe tão bela flor,

Vou adentro do próprio mortório,
E na partida da vida incógnita,
Deixo as palavras não ditas,
Na lápide de meu velório.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Não espero mais nada




Não espero mais nada

Escrevo nessa noite de luar minguado,
Em que o sol viu cedo ser poente,
Absorto na morte que já era nascente,
Eu, com olhar fúnebre e alucinado.

Vi com os próprios olhos que negaram-se,
Acreditar na imensidão do universo,
Sendo tudo metáfora de verso e inverso,
Estava cômodo com o que formava-se.

Nos prantos a língua se enrolava,
Contando as estrelas que brilhava,
Enquanto fúnebres palavras sussurrava

Eu ser moribundo de vida finita,
Não creio em histórias que contavam,
Espero o ser que usa vestes distintas!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Bahugera Parte III

Bahugera Parte III

Nos mais distantes pesadelos,
Eu vi a fera renascer novamente,
A vida ali era fria e ausente,
A própria morte vil e sem zelo.

O ser que a minha alma assombra,
Num malévolo e espectral tormento,
Embalou meu corpo em lamento,
Suspirando do lado de minha sombra.

Urgiu no mais escuro portal,
Perseguindo-me em meu sepulcro,
Açoitando-me no meu múcron,
Limitando o eu sendo mortal.

Ser de terrificante aspecto,
Crucificou-me com seu anélito,
Degolando-me qual cabrito,
O seu sorriso havia um ar tétrico!

Levantou-se do abismo do tártaro,
Ser de insana e brutal misticidade,
Nasceu da mais profana fecundidade,
Tão temível quanto os antigos bárbaros.

Perseguindo-me além da vida,
Inescrupulosa era a besta fera,
Sendo meu tormento por eras,
Sendo o sacrifico a ela prometida!

Assombrou-me com seus tentáculos,
Que deparavam-me com as agonias,
Que descrevi em tantas poesias,
Como um fúnebre espetáculo.

Urgiu dos mais distantes portais,
A quimera de face e medo espectral,
Concretizava a profecia universal,
Tudo aquilo tornava-se versos reais.

Nos mais distantes pesadelos,
Eu vi a fera surgi do imaterial,
Sendo a vida vazia e essencial,
E a própria morte vil e sem zelo!

sábado, 28 de janeiro de 2012

Abstrato

Abstrato

Descrevo a forma que vejo lúcida,
As figura por qual se esconde,
Pergunto-me tão calmo, por onde?
Anda a ofuscar a certeza, nítida?

Venho expressar essa razão,
O ser de meu nobre imaginário,
Vagou do abstrato para o lendário,
Revelando-a obscura imensidão.

No abismo conhecido "oculta arte".
Donde jaz os segredos da vida,
Também o da eterna partida,
Venho-lhe conceder minha parte.

Eu que sou um ser do sereno,
Do luar que a meu ver é mortuário,
Sendo poeta de tantos funerários,
Sou mero servo com ar ameno!

Os lamentos e as loucuras,
Do que oculta-se no obscuro,
Tendo sentimento suave e puro,
Carrasco da própria tortura.

Expresso o ser inimaginável,
Que vive no templo que é noturno,
Possuindo nomes tão soturnos,
Crucificando foi qual abominável!

Eu, mestre de minha elisão,
Sou aquém do agente destino,
Que entope as artérias dum coração,
Num ato que julgam qual divino.

Sou o poeta de vil porte,
Aquele que com o luar chora,
Que também para tal ser ora,
Para tudo esvair-se num corte.

Sendo o corpo sem o jazigo,
Fui adormecer no cósmico luar,
Com tantas estrelas eu fui sonhar,
Ao encontrar-me com ser antigo.

Alarde de minha morte

Alarde de minha morte

Eu que a muito já vivi
Escrevendo simples versos,
De lamentos tão dispersos,
Tão breve eu sei que morri.

Na vida em que nasci,
Fui de sábio a tolo,
Ao chorar pelo seu colo,
Para que eu possa sorrir!

Nada sou mas que a alma,
Que tem sede da poesia,
Na penumbra da maestria,
Com mórbida e eufórica calma.

Eu que no simples crepúsculo,
Que cobre a nossa existência,
Da vida que jaz em decadência
Adentro do ser que é minúsculo.

É de pobre e cruel porte,
A maldição que eu carrego,
Como as chagas do cego
Que chora a própria morte.

No alucinar da vida humana,
Fui de sábio a próprio tolo,
Ao chorar pelo seu colo,
No ebulir da massa insana!

A vida que já não é minha,
Anunciou sua própria hora,
Único o momento sendo, agora?
Onde se encontra sozinha.

Fui poeta dos sentimentos,
Para onde vou lágrimas não rolam,
Tantas dores não se desenrolam,
No austero seio do lamento.

Sendo ser de forma inane,
Já fui grandioso e culto,
A penumbra é um insulto,
Aos meus delírios de pane!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Apenas horas

Apenas horas

Num vai e vem eterno,
O ponteiro conta as horas,
A face dela aproxima-se agora,
Com um aconchego materno.

É incontável o tempo que aguardo,
Pois noto que já se passa das três.
Tudo que eu vivi já se refez,
Vem a mim de bom grado.

Eu, sob a sua pintura
Que cobre o hall central,
A observo com olhar natural,
No entoar de sua partitura.

No alento de seu manto,
O pão vem de seus contos,
Ao poetizar sob tais prantos,
É airoso total desencanto.

Vem adentro de meu ser,
Acalmar a minha psique,
Corromper o meu "dique"!
Até o momento de padecer.

Sendo incontável e indizível,
As histórias que se produzem,
Sobre a verdade incomensurável,
Que na mente introduzem.

E no fúnebre desdém,
Meu corpo que jaz frio,
E agora é só o vazio,
Possa chamar aquém?

De todo bom grado, eu peço
Que onde eu seja eterno,
A quietude não seja qual inverno,
A você clamo com apreço.

Que no jazer de meu corpo,
Agrilhoado no estado físico,
Onde nunca foi pacífico,
Eu não seja reciproco.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O Eu Poeta

O Eu Poeta

Dos mais longíquos sonos,
Vivo na sombra do ambíguo,
A morte sendo ser iníquo,
E o destino sendo monótono

O eu lirico que viveu a tragédia,
Praguejando e lamuriando,
A si mesmo amaldiçoando,
Qual divina comédia!

O eu poeta frio que jaz,
Na penumbra de meus umbrais,
A forma espessa e espectral,
A singular dor de forma natural!

Nos dias de vida fantasiosa,
Em que sou a criança morta,
Abandonada em sua porta,
Sendo a morte assombrosa.

Eu, que no alucinar cósmico
Sofri com os meus sentimentos,
Desde meu fim ao nascimento,
Eu vi o encaixar do quadro lógico.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Não era sóbrio

Não era sóbrio

Nas noites frias e brilhantes,
Em que o luar me fascinava,
O bailar das estrelas me encantava,
Aquela beleza era distante.

Com a psique cambaleando,
E as pálpebras escurecendo,
Percebi logo estaria morrendo,
E não estava alucinando!

Eu, com meu corpo imóvel
Entendia o que era o amor,
E a fúnebre lira da dor.
Que cobre o corpo qual véu!

Já não havia sobriedade,
Nas palavras que eu sussurrava,
Mas pulsavam do peito que viviam,
Ocultando-se sob as minhas verdades.

Com o corpo frio e pálido,
Eu, já não podia ver nada.
Meu peito em dores profundas,
Eu, poeta bêbado que jaz inválido

domingo, 8 de janeiro de 2012

Mensageira da morte

Mensageira da morte


Fazia frio e era madrugada,
Quando ser tão desgraçado,
Ousou cruzar a alvorada,
Com o mal presságio, amaldiçoado.


Pousou sob o feixe da luz,
Trazendo consigo último aviso,
Vens! Conosco alma sem sorriso.
Vens aos braços que são meu!


Era assombroso o que ouvia,
Como o que ali, eu via.
Ser com sua medonha sombra,
Os meus medos assombram.


Congelei ao imaginar trevas infernais,
A dor e o sofrimento,
Sem alívio por um momento,
Disse a mim mesmo: jamais!


Na angústia e tamanho desgosto,
Espantei ser mortuário,
Que brotava do imaginário.
Onde via o meu rosto.


Dizendo deixa-me em paz,
Eu que espero o que é eterno,
Sendo temente a céu e inferno,
Vá e não volte nunca mais!


Fazia frio e era madrugada,
Quando ser tão desgraçado,
Ousou cruzar a alvorada,
Com seu mal presságio, amaldiçoado!


Pousou sobre meus trabalhos,
Assombrando-me pôs me a retalhos.
Enquanto tão quieto, falou:
Não fugirá de quem sou!


Enquanto adormeço em dezembro,
Com clareza eu me lembro
Quando ser de erudito porte,
Comunicou a minha morte!


Pois fazia frio e era madrugada,
Quando o servo mortuário,
Ousou cruzar a alvorada
Violando meu santuário, solitário.