Entrances

segunda-feira, 30 de abril de 2012

A mensagem




A mensagem

Inferno, esse maldito e vil agouro
Que persegue-me nas viagens imortais,
Atormenta-me com sonhos infernais
Em visões de enlouquecer o couro.

Aquele ser maldito, de porte erudito
Ardiloso a espreitar-me nas sombras,
Por onde temores vis me assombram
Trouxe todo o fim que foi-me dito.

Na escuridão que calava e rugia
Onde a mãe natureza era morta,
A morte veio bater a minha porta,
A realidade vil me perseguia.

Foi aquele estranho e pequeno
Ser, de vil e singular porte
Que trouxe a própria má sorte,
Aliviando o corpo com seu veneno.

Bahugera (O Reino parte 1 - Caos)


Bahugera (O Reino parte 1 - Caos)

Sombria e vil imortal quimera
Que urgiu do vácuo espectral,
Trazendo a desgraça universal,
Perdurando trevas por eras.

Ser de desgraça estridente,
Onde a morte é fria e ausente,
Traz consigo a mente experiente
Na falência do corpo temente.

A besta fera que voraz rugiu,
Liberta das trevas infernais
Assombrando as horas celestiais
Foi o medo do medo que surgiu!

Donde a vida já não vale,
A terra de paz não é prometida,
Sob o olhar tétrico da fera homicida
Deus ou fera de tantos males.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Fillius Mortis


Fillius Mortis

Corrente do destino lava-me o sangue,
Corrói-me, com a encruzilha vindoura
Réstias da morte, ardil e agoura.
Lobotomia distorce a realidade doravante.

Crucifixos ungindo em água santa,
Arde e enfurece um mundo sem deus
Horizonte, oculta filhos ateus.
Assombrados por batinas e mantas.

Geração amedrontada por mentiras,
Existência em fatos fictícios
Abissal fossa de humanos primitivos,
Manipulados, palhaços de sátiras.

Ceitas religiosas, loucos e obsessivos
Santas inquisições ofuscam a realidade,
Morte, pura ou vil excentricidade!
Vítimas da imortalidade? Relativo.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Uivando a um muro de concreto


Uivando a um muro de concreto

Falando a noturnas horas,
Sobre milhões de coisas tais
Onde não havia nada mais
Eu pranteava a tantas horas.

Não havia alma alguma,
Que pudesse ouvir meus martírios
Ai! Tão serenos qual lírios
Eram palavras melódicas, em suma.

Tão solitária vida de agouro,
Assombrada pelas sombras infernais
E tantas cousas vis e tais,
Agonizantes como arrancar-me o couro.

Era eu que observava o abissal,
Aquele reflexo de nada mais
Sem almas e cousas vis e tais,
Era eu em diálogo espectral.

Ai, naquelas facetas do destino
Falando além de mundanos portais
Sobre temores horrendos e imortais
Era eu, aquele padecido menino!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Resposta ao meu ermo túmulo

Resposta ao meu ermo túmulo

Na solidão nefasta em plena escuridão,
Ouvi sussurrar meu nome nas trevas,
Era gentil anciã vinda de tantas eras
Convocar-me a questionável imensidão.

Discreta com força vil e imanente,
Desperta de seu jazigo do fogo infernal
Além de portais de aspecto sobre natural,
Trazer-me a mensagem pontualmente.

Quem me dera que aquele calafrio,
Que tremeu a espinha de mil medos
Fosse o frio incisivo de tão cedo
E não os grilhões daquele silêncio.

Absorto nas estrelas azuis universais
Contemplando as hastes celestiais
Consumia-me o temor das hordas infernais,
Disse a mim: -Pobre que não jaz em paz!

segunda-feira, 9 de abril de 2012

De outras eras

De outras eras

Foram belo doirados anos,
Isento de qualquer preocupação
Corpo não fraquejava pós imensidão
Virtuoso era viver sem planos.

Aquela imagem empoeirada,
As rodas de cirandas cantadas
Alegremente, ouvia-se gargalhadas,
Vejo ali o reflexo de águas passadas

Ai, em outras eras. Eu nasci
Com infortuno destino em mãos,
Perfurei a artéria dum coração,
Em mil e um devaneios eu padeci.

Diálogos de vozes espectrais,
Rondam a imagem empoeirada,
Ouve-se versos e cousas passadas
Atormentando-me em meus umbrais.

Como espero ver o brilho da aurora,
Sorrir com ênfase para a criança
Ungida de vil e desgraçada esperança
Aquela que a morte conta as horas.

Saudades de minha casa tenho,
Não aquele punhado de concreto,
Mas daquele amor vil e incerto
Lembranças dali eu mantenho!

Em diálogos de vozes espectrais,
Ouço sussurrar em minha mente
Perturbando o corpo fraco e doente,
Adormecido em outras eras celestiais!

sábado, 7 de abril de 2012

A minha morte

A minha morte

Eu, alma solitária, na natureza morta
Agrilhoada em ruínas de ermos túmulos
Onde observava o feixe do crepúsculo,
Pelo ferrolho da envelhecida porta.

Compreendi os fatos da vida,
Os deveres incumbidos a morte
A certeza em singular corte,
Uma bênção ungida e prometida!

Não procuro vislumbrar a dor,
Em mim ou fatos do divino
Quero exprimir o frio incisivo.

Atormentado pelo tic-tac decisivo.
Réu, entre portais benignos e malignos
Quero alienar-me em tal esplendor.

Minha ausência

Minha ausência

Deixo-lhes breve e poético relato,
Para poucos que pranteiam
O casulo que as moiras teia,
Concretizando um céptico fato.

Formo essas poesias em vida,
Enquanto sou massa física,
Possuidor de essência química
Um conjunto marcado de feridas.

Aguardo o meu leito natural,
Partir em uma jornada espectral
Sendo o nada do azul celestial.

Deixo-lhes o amor pela vida universal.
Com questões sobre tudo e nada.
Vivendo em cousas mal solucionadas!

quarta-feira, 4 de abril de 2012

A ilusória (Bahugera epitáfio parte 5)

A ilusória (Bahugera epitáfio parte 5)

No calar dos eternos anos,
Observei a praga concebida
Fera imanente, ali renascida
Arquiteta de esplêndido plano.

Procuro exprimir ritualístico véu,
Inconsciente e artístico ilusionista
Louco contemplando astuta maldita.
Com negros olhos engolira o céu!

Absorto no brilho do céu noturno,
Que ofuscou a pálpebra negra.
Sucumbindo-me a primordial regra
Fui jazer com o pensamento soturno.

Praga, do vago fogo infernal.
Que não notei naqueles epitáfios
Fora nas ruínas do lugar nefasto,
Que a fera rugiu de forma espectral.

Ousaria? Sonhar com trevas imperiais
Como saberia? A finita vida universal
O romper do infindo azul celestial
Como? Renascer de medos ancestrais!

-Airosos relatos de vidas superficiais
Humanos já mortos em seus rituais
Na penumbra da odiosa aurora
Subjugarei a morte nessa hora!

Os mistérios (Bahugera epitáfio parte 4)

Os mistérios (Bahugera epitáfio parte 4)


Donde mortal algum contemplou,
A vida em primogênitos escritos
Ermos túmulos que ocultam ritos,
Despertou fera que nunca se calou.

Infinda sabedoria daqueles grimórios,
Onde a morte de um outro plano
Vinha alertar fracos humanos,
Logo acolhe ria-os sobre seus auspícios!

Quem diria que nos segundos restantes,
Atormentava-me fera vil e secular,
Conjecturando praga em destino singular
Urgia, a quimera de terror andante.

Quisera eu em meus receios,
Viver entre fatídicos temores
Sem corroer por cépticos horrores
Ai! Pudera eu, jazer sem rodeios!

Saudades e vis tramas do amor

Saudades e vis tramas do amor

Pouco tenho para expressar.
Toda agonia desse peito batente,
O curto espaço-tempo é diluente
Agoniza-me, lembranças do seu olhar.

Falta-me palavras para tudo
As vis tramas que cercam a loucura,
Cruéis mas de outrora linda e pura,
Quero sustentar-me sem mundo.

O que tenho para-lhe confessar,
Palavras já não são suficientes
Onde seu reflexo brilha imanente.

Quero arduamente suspirar,
Infinitas noites que não a vejo,
Jazer com esse maldito desejo!

Poesia subliminar

Poesia Subliminar

Brilhante noite supersticiosa,
Ritmava uma valsa universal
Uma dama com leveza celestial,
Nitidamente a estrela mais virtuosa,
Agoniza-me o prazer sobre natural.

Eu, mero adorador de sua beleza
Um servo desta mais nobre realeza.

Traga a mim a loucura humana
Eu espero a paixão suburbana.

Admirável a escuridão castanha,
Misticismo em qual me apanha
Ousadia? Aprofundar-me no imortal!

Conto desesperado sete, oito e nove,
Haja sobriedade? Nesse seio ardente
Apaixonar-me tão cegamente toda vez.
Traga-me todas as infindas certezas
Pois jazer-lhe amando não é incerteza!