Entrances

sábado, 22 de junho de 2013

Ao último feixe de luz

Ao último feixe de luz

É quase tarde da noite e já se esvai a alegria
De minha face tão ingênua,  Sombras
Oriundas de portais infernais me assombram
Com vozes infernais, trazem uma infinda agonia

É nessa noite que traz um estranho misticismo
Que ressurge sobre o meu peito os medos
Estes tão desconhecidos, estes patéticos medos
Não possuem de base nenhum ceticismo

Quem há de ouvir a minha alma tão sozinha
No calar dessa noite tão serena, tão terna
Onde as chagas são cruéis e eternas
Estas chagas que ainda atormenta-me a espinha

Tenho por mim o último feixe da luz
Que penetra esta infinda treva
Minha alma que anseia a eras
Por esta morte que de perto me seduz

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Pensamentos livres

Pensamentos livres

Eu, sou a erma sombra
De minha fraca existência
Minha 'lma carece da essência
Principal, pôs a realidade assombra

Qual mil lampiões de luminosidade
Um profundo olhar do vazio infernal
Perfura-me a alma, meu umbral
Dissipa a minha funesta realidade

O crescimento desta vida vil e prematura
No espelho a reflexo do fracasso vitalicio
Toda essa época tornara-se um vício
E a ausência de meu caráter perduro

As infidas mãos que açoitam-me
Tantas vozes que castigaram-me
Em inúmeras dores afogaram-se
Nenhum semelhante a aceitar-me

Sou dessa praga um fruto
Refletindo o fracasso e o sucesso
Da onírica vida que somos imersos
Nessa realidade a psique é tão oculto

Abdicai de vossa alma poeta

Abdicai de vossa alma poeta

Abdico de minha pobre, vil alma
Sonhadora, essa que nesta noite jaz
Entre a frívola realidade e nunca mais
Há de jazer nos deleites da paz

Não sou nada mais nesse momento
Que um mero joguete do vil destino
Não tenho mais meus sonhos diurnos
E a escuridão envolve meus lamentos

Aos santos anjos lá do céu celeste
Resguardem a alma tão doente
Que padece qual sol poente
Até que essência alguma me reste

Não sou mais poeta pois não sonho
Nessa carcaça operária das trevas
Sou agora qual vermes das eras,
Da terra, desse mundo já não sou filho

Existência

Existência

O questionamento é interminável
As verdades aparentam mil falhas
Os amores parecem trapos e mortalhas
Todo o universo é fraco e questionável

Tenho a existência dos anjos celestes
Tão perfeita e bela fora a minha amada
Mas por curtos momentos a alma separada
Causa-me as chagas de uma temível peste

Minha verdade absoluta não é nada
Perco-me no egocentrismo desta beleza
Embriago-me com falsas certezas
E o gosto amaro de bebidas estragadas

Tenho os motivos de minha existência
Mas sinto o fardo deste fracasso
O homem devem viver com sorriso falso
Não sou nada em sua funesta ausência.

A morte e o poeta

A morte e o poeta

Numa noite de ermos pensamentos
Adormeci e quanto mais profundo
Meu sono, mas adoecia neste mundo
Não havia nenhum misero lamento

O calar da noite fria e intrépida
Pôs se poucos depois sobre minha alma
A morte envolta em soturna e vil calma
Nenhum gesto fez essa besta avida


Nesse momento respirar tornou-se denso
Os batimentos a cessar rígidos e duros
Toda a verdade que no peito perduro

Nesta noite tão solitária e íntima eu penso
Defronte aos medos que antes me agrilhoava
O sumiço dos que antes me observavam


terça-feira, 11 de junho de 2013

Não espero mais nada

Não espero mais nada

Tão pouco há de dizer nesta noite fria
Em que as folhas morrem pouco a pouco
E o correr do tempo me deixa louco
Como uma tormentosa e vil sinfonia

Este tempo que ainda corre de forma vil
Há de deixar-me nesta maldita terra
As memórias envelhecidas desta guerra
da vida, a minha amada jaz tão pueril

Tenho por mim as lembranças deste amor
Das folhas de outono que ainda morrem
Dos anjos a cantar um triste requiem
Tenho por mim lembranças deste amor

Sim desta terra fria e louca não quero nada
Apenas minhas lembranças de minha amada.