O bater da chuva
Sobre o telhado frágil a crueldade da mãe natureza
A ventania faz chocalhar os ossos assombrados
Sobre a erma chama a crepitar dentro do sobrado
Adentro dessa casa erma, outrora morada de tal beleza
Essa cacofonia de ventos e ossos assustados
Enlouquece vorazmente as almas desavisadas
No amplo seio deste velho sobrado, formas passadas
Esgueirando-se entre a penumbra, devastados
Pela onipotente mão de deus, julgo protetor
Da inocência e da justiça, dos sonhos de minha ‘lma
Das preces realizadas em silêncio por minha ‘lma
Clamo, pelo fim deste uivo da terra amedrontador
Os sonhos nesta noite ainda infinda, atormentando
Mais e mais, a cada hora lenta e mal corrida
A cada condensação do ar e o reflexo das esquecidas
Sim, destas almas ainda nesta casa, clamando
Mais e mais, noite após noite, pelo fim de seus pecados
Não foram nada mais que vítimas desta terra
Agrilhoados a materialização desta maldita era
No vale dos ventos, o que resta é este velho sobrado
Ouvindo noite após noite o vento uivante
A lâmina algoz que chocalha os ossos raquíticos
Com o frio incisivo pelas últimas palavras do paralitico
Quem ainda há de ouvir a quimera berrante
Noite após noite meras lembranças do passado
O dia já não nasce e as ermas chamas a crepitar
Extinguiram-se no momento que fui suplicar
A morte é uma mero algoz do fracassado
Neste vale dos ventos que fere a cerne
A besta da luxúria e da morte esta quimera ou fera
Que nos meus sonhos ainda atende por Bahugera
Há de regurgitar-me noite após noite, aos vermes
"Não está morto o que eternamente jaz inanimado, e em estranhas realidades até a morte pode morrer." H.P LoveCraft
domingo, 19 de outubro de 2014
O bater da chuva
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sábado, 18 de outubro de 2014
A consciência
A consciência
Das ermas portas do tártaro minha ‘lma
Brada vorazmente contra os grilhões
Podres, contra os pecados e maldições
De outrora, dos receios de minha ‘lma
Poderia nessa erma noite em saber
Que a maturidade, algoz de minha inocência
Essa jazida precocemente na ignorância
Da santa casa, sobre o tumulo que não se vê
Vago ermo entre as portas desta terra
Entre o tão longínquo rio Estige
Que essa terra de deus toda aflige
Quem sou eu? Perto desta quimera
Dos sonhos inocentes que tive a décadas
Atrás, dos poemas escritos naquele jazigo
Da infância forrada pelas sementes de trigo
Daquela distante terra agreste mal amada
Hoje não sinto remorso por minha partida
Desta terra não há poema, verdade ou mentira
Que leve, só está marcada alma que se retira
Com as chagas e a casca demasiada ferida
Pelas más influências dos signos do zodíaco
Minha ‘lma jaz entre as tumbas do Elisio
Quimera mitológica pela maldição de sifinsio
Bahugera, esta praga de um maldito hipocondríaco
Das ermas portas do tártaro minha ‘lma
Brada vorazmente contra os grilhões
Podres, contra os pecados e maldições
De outrora, dos receios de minha ‘lma
Poderia nessa erma noite em saber
Que a maturidade, algoz de minha inocência
Essa jazida precocemente na ignorância
Da santa casa, sobre o tumulo que não se vê
Vago ermo entre as portas desta terra
Entre o tão longínquo rio Estige
Que essa terra de deus toda aflige
Quem sou eu? Perto desta quimera
Dos sonhos inocentes que tive a décadas
Atrás, dos poemas escritos naquele jazigo
Da infância forrada pelas sementes de trigo
Daquela distante terra agreste mal amada
Hoje não sinto remorso por minha partida
Desta terra não há poema, verdade ou mentira
Que leve, só está marcada alma que se retira
Com as chagas e a casca demasiada ferida
Pelas más influências dos signos do zodíaco
Minha ‘lma jaz entre as tumbas do Elisio
Quimera mitológica pela maldição de sifinsio
Bahugera, esta praga de um maldito hipocondríaco
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