Entrances

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

O Alquimista

O Alquimista

Outrora, orei aos santos anjos, longínquos no céu celeste
Pragas e preces em tamanha fúria, veladas pelas brancas
Veste de teu velório, assombrando-me essa fúria santa
Misticismo secular a percorrer em visões nesta terra agreste

Códex e tomos de ciências anormais,
Desperta minha ‘lma, tal cacofonia
Despedaça-me em vil e pura euforia
A desterrar de seus sonhos sepulcrais

Demônio infernal, maldito de olhos vazios e de fome insaciável
Violentando a vida alheia, tu que na infinda noite a vida corteja
Espreita qual víbora sedenta, no umbral desta pequena igreja

Violando o  sentido da vida com códex e tomos de ciências anormais
Despertar sua alma que jaz, nesta finita e vil terra
Cacofonia errante, a despedaçar-me em vil euforia, Cerra
Seus dentes uma vez mais, levanta-se deu teus sonhos sepulcrais

Queima novamente o fogo fátuo da vida, com memórias ermas
Com vontades nulas, levanta-se novamente minha amada
Leva contigo anjo renegado um pedaço de minha ‘lma amargurada
Enquanto trago os mortos a vida, ressurge novamente desse esperma

Vida, assanhada que a morte corteja
Na erma penumbra, maldita, espreita
Por anos suavemente ela lhe rejeita.
Demônio maldito, a velar-me na igreja.

Santo dos mortos, teu berrante e raquítico corpo desnudo
Coberto de palha, ocultam as chagas da face, do aço
Incisivo na pele, alma esquecida, das trevas, do abismo profundo
Alarde, a noite infinda pôs o que ouço é o chocalhar mórbido dos ossos

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Desfalecido

Desfalecido

Exausto, adormecido entre livros e doutrinações
Sonhei entre o céu rompante a invadir
Os montes firmes nesta terra à sacudir
Entre as mais vis e tolas indagações

Minha ‘lma que ainda adormece
Entre o sepulcro desta antiga biblioteca
Um festival de horrendas sombras
Ainda espreitam, ainda assombram
No fogo fátuo desta terra doente
O uivo frio da noite a sussurrar pela charneca

Memórias passageiras de outra terra
Outra vida, não sei de quais eras
Do fogo ímpeto, não resta nada, só cinzas
As vagas analogias as falsas premissas
Não é a memória que se apaga da terra
Mas a terra que aniquila a maldita fera

As labaredas do crepúsculo poente
Invadem este cômodo silenciosos
Não há vida, não há qualquer sussurro
Não há qualquer alma ou urro
Agoniado, no vácuo ocioso
Ou numa manhã antes alarmante

Exausto, Adormecido entre livros e doutrinações
Sonhei outra vez com o indizível
Um vai e vem de memórias fungíveis
Extinguindo-se no fogo ímpeto das razões

A terra que já não se expande e toda dimensão
Ou vastidão do universo invisível
São palavras falhas ao frio incisivo
Do aço frio, dos tolos repulsivos
Da verdade ou da perfeição, da ciência e razão

Lembranças tais de outrora, desta terra
Esvaísse no abissal e profunda cerne
Os sonhos de minha enferma alvorada
Sucumbe a odor forte do etanol e das chamas
Não nesta vida não há sucesso ou fama
Só resta apenas o fim de todas as eras
E o corpanzil oco à saciar a fome amarga dos vermes

sábado, 11 de abril de 2015

Esconjuro de Adão e Eva

Esconjuro De Adão e Eva

Fibra desigual, dilacerada em finos cortes
São destrinchadas em linhas tortas
Ventrículo das mãos hábeis atrás da porta
O gosto amargo na noite é pura má sorte

Agoniado pelas noites infindas e frívolas
Pobre alma hipocondríaca a pedir esmolas
O raquítico herege de faces carcomidas
Ancestral anjo, da luxúria distorcida

O som do chocalhar raquítico dos ossos
Atroz, voraz adentro do vento ímpeto
O estalar dos dentes irrequieto
Atormenta qual um horrendo colosso

Essa quietude atormenta-me qual trevas
Desiguais, um vasto conto em noites infernais
Hipocondríacos, drogados quais animais
Concebidos do esconjuro de Adão e Eva. 

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Sonata da Morte

Sonata da Morte

Na solidão sem fim dessa cacofonia
Ouço o estrondo, a estourar minha fronte
É o diabo em seu cavalo galopante
Corre o fôlego como em uma sinfonia

Era tarde da noite e ouvi o relinchar feroz
A desbravar a densa mata qual trovão
Um raio, um vulto, o diabo na escuridão?
O anélito denso e atroz

É a santa morte, por onde anda no céu escarlate?
Ocultando-se da figura enlouquecida
Aguardando a piedade, sua valsa corrompida
Santa morte, porque traz-me as dores d’um infarte?

Maldita besta do diabo, praga do escarnio
Demônio de meus sonhos, Fictício
Atormentando-me a essas horas tais
Sorte ou morte, são infernos iguais.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Poema Dântico

Poema Dântico

Terra maldita que engole-me aos poucos
Quais oníricas e vis serpentes
A engolir-se no ninho pelo dentes
O uivar deste vento deixa-me louco

Sim, o vento nesse velho moinho
Uiva a noite qual lobo faminto
Com a sede de um demônio quase extinto
A embebedar-se do sagrado vinho

Ouço, como em um sonho o cântico
Quase hipnótico dos seres universais
O bater das asas nos antigos umbrais
Ouço, as canções dos tempos dânticos

São os anjos caídos lá do céu celeste
A engolir-me no ninho pelos dentes
Quais oníricas e vis serpentes
É a praga enferma deste agreste

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Malles Maleficarum


"Llega el holocausto, surge de las sombras
coged los crucifijos, comenzad a rezar…
Se acercan los Santos, con sus largos hábitos
son los enviados divinos de Satán…

Piras funerarias, rodean los campos
la suerte ya esta echada, nos vienen a matar
Brujas y Hechiceros, contengan sus cantos
cruel muerte en forma de bondad…

 Mi dolor…
victima… de tu divina sonrisa…
 Me quemo…

…y donde esta mi Dios?

 Donde esta mi Dios?!
Pues reza por mi! Y después… por ti!
Porque bajo las tinieblas te esperaré… para quemarnos juntos…
y sentir este divino placer…
sino de entre los muertos… volveré!
Y vendré por ti… yo… vendré por ti…

Mi alma atormentada, mi cuerpo hecho cenizas
contemplo levitando la tragedia infernal
Aúllan, los lobos, con piel de cordero
Profetas de Dios, cantando a la muerte"

Ordo Funebris