Entrances

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

O Alquimista

O Alquimista

Outrora, orei aos santos anjos, longínquos no céu celeste
Pragas e preces em tamanha fúria, veladas pelas brancas
Veste de teu velório, assombrando-me essa fúria santa
Misticismo secular a percorrer em visões nesta terra agreste

Códex e tomos de ciências anormais,
Desperta minha ‘lma, tal cacofonia
Despedaça-me em vil e pura euforia
A desterrar de seus sonhos sepulcrais

Demônio infernal, maldito de olhos vazios e de fome insaciável
Violentando a vida alheia, tu que na infinda noite a vida corteja
Espreita qual víbora sedenta, no umbral desta pequena igreja

Violando o  sentido da vida com códex e tomos de ciências anormais
Despertar sua alma que jaz, nesta finita e vil terra
Cacofonia errante, a despedaçar-me em vil euforia, Cerra
Seus dentes uma vez mais, levanta-se deu teus sonhos sepulcrais

Queima novamente o fogo fátuo da vida, com memórias ermas
Com vontades nulas, levanta-se novamente minha amada
Leva contigo anjo renegado um pedaço de minha ‘lma amargurada
Enquanto trago os mortos a vida, ressurge novamente desse esperma

Vida, assanhada que a morte corteja
Na erma penumbra, maldita, espreita
Por anos suavemente ela lhe rejeita.
Demônio maldito, a velar-me na igreja.

Santo dos mortos, teu berrante e raquítico corpo desnudo
Coberto de palha, ocultam as chagas da face, do aço
Incisivo na pele, alma esquecida, das trevas, do abismo profundo
Alarde, a noite infinda pôs o que ouço é o chocalhar mórbido dos ossos