Entrances

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

As quatro sinfonias

As quatro sinfonias
The sing of darkness bring the death and fear

Ouviu-se longínquo um fúnebre acorde.
Ecoou donde alma viva alguma pisou
Melancolia que nessa noite urrou.
Qual cão que ladra contra seu lorde

Magnífica melodia entoou para alma solteira
A compor tão puramente a nota da solidão
Voluptuoso sinfonia remanescente da escuridão
Qual a própria morte engoliu esta terra inteira.


The sing of chaos bring war and hate

Rompeu das trevas a cacofonia da guerra
Exalou aos montes o odor da cerne e a visão visceral
Que outrora habitara os corpos juvenis, antro infernal
Reside sobre esta casa, sobre a antiga Inglaterra

Agudo estridente que perturba a calma, maldita mordaça
A entoar a loucura que branda do caos
Caótica sinfonia, que sucumbiu tudo desde o Laos
A esconjurar a maldição do que ri da própria desgraça.

The sing of despair bring disease and death
Ecoou da terra frívola e frágil os grunhidos da fúria
Ouviram os anjos lá do distante céu celeste
Somos tolos, na verdade são os demônios da peste
Trajando chagas, ecoou a nota da lamúria

Ouviram todos até os moucos o timbre do desespero
Andou sobre a terra, anjo tão belo, o próprio barqueiro
Entoou em sua gondola o alaúde da própria sorte
All fears coming one symphony, she’s is empty

As vozes cessaram já não há alma alguma a prantear
Qual sinfonia há de tocar a minha ‘lma?
Não há melodia, não há timbre, apenas a inerte calma.
O som do esquecimento que está a serpentear

Acústica que assombra-me de forma silenciosa
Oriundo em um corpo ingénito
Espreita deste mundo o primogênito  
Afim de engolir a verdade escandalosa


quarta-feira, 27 de abril de 2016

Ainda assim.


Ouço, ainda amargurado nessa lápide, sua voz celestial.
Partiu, ainda na penumbra da infame noite, Ávida
Santa Infernal, maldito anjo de era primordial
Pobre alma que atingiu o raquítico limite da vida

Desterro tua cova rasa, nessa noite abissal
Envolto na loucura carmesim, no apreço infantil
Na ausência da sanidade de minha ‘lma.

Desde a inocência que luta de forma brutal
Contra a serpente que engole o mundo inteiro
Alma frágil que luta de janeiro a janeiro
Cortejou novamente a morte, num mundo surreal?

Quão enferma esta moribunda vida, pode prosseguir?
Que maldição ou praga, essa besta ou peste
Excruciou, no calar da noite, no funesto agreste
Maldita besta que minha ‘lma quer obstruir.

Desterro tua cova rasa, nessa noite infernal
Envolto na loucura carmesim, no apreço infantil
Na ausência de sanidade de minha ‘lma.

No teu leito, ainda jaz as chagas obscuras
Na lápide ainda existe aquela maldita partitura
Eloquentes marcas de minha funesta mente
Ao teu lado jaz meu corpo diante as presas da serpente.