Entrances

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Ainda assim.


Ouço, ainda amargurado nessa lápide, sua voz celestial.
Partiu, ainda na penumbra da infame noite, Ávida
Santa Infernal, maldito anjo de era primordial
Pobre alma que atingiu o raquítico limite da vida

Desterro tua cova rasa, nessa noite abissal
Envolto na loucura carmesim, no apreço infantil
Na ausência da sanidade de minha ‘lma.

Desde a inocência que luta de forma brutal
Contra a serpente que engole o mundo inteiro
Alma frágil que luta de janeiro a janeiro
Cortejou novamente a morte, num mundo surreal?

Quão enferma esta moribunda vida, pode prosseguir?
Que maldição ou praga, essa besta ou peste
Excruciou, no calar da noite, no funesto agreste
Maldita besta que minha ‘lma quer obstruir.

Desterro tua cova rasa, nessa noite infernal
Envolto na loucura carmesim, no apreço infantil
Na ausência de sanidade de minha ‘lma.

No teu leito, ainda jaz as chagas obscuras
Na lápide ainda existe aquela maldita partitura
Eloquentes marcas de minha funesta mente
Ao teu lado jaz meu corpo diante as presas da serpente.