Entrances

sábado, 13 de maio de 2017

Lembranças de sua partida

Lembranças de sua partida

Borbulha a noite pensamentos infindos
O que é a morte se não um conto vivido
O que é a imortalidade? Um desejo proibido
Talvez seja o medo em seu impertinente grunhido

Passam-se anos um, dois, três e quatro
E o corpo nunca esquecido, que a terra guarda
Traz consigo a lembrança do que não se retarda

O que é a vida se não um imenso e trágico teatro
Ouço o barulho a crepitar das chamas da vela
A impertinente canção que ecoa de dentro da capela

Ofusca-me a mente e distorce a percepção da realidade
Que tudo e nada seja apenas uma mera ficção ou maldade
Celeste ou Divina? Tão triste e fúnebre qual sua partida
Desta terra ao terreno sacro da terra prometida

O que há de expressar tamanha saudade
As lembranças a crepitar queimam
Lentamente no tempo, na memória dos que amam

Resta me apenas a lembrança quase disforme
De sua memória e de sua vida, nesta singularidade
Universal em que a sua mente ainda dorme.