Sonata
da Morte
Na solidão sem fim dessa cacofonia
Ouço o estrondo, a estourar minha fronte
É o diabo em seu cavalo galopante
Corre o fôlego como em uma sinfonia
Era tarde da noite e ouvi o relinchar feroz
A desbravar a densa mata qual trovão
Um raio, um vulto, o diabo na escuridão?
O anélito denso e atroz
É a santa morte, por onde anda no céu escarlate?
Ocultando-se da figura enlouquecida
Aguardando a piedade, sua valsa corrompida
Santa morte, porque traz-me as dores d’um infarte?
Maldita besta do diabo, praga do escarnio
Demônio de meus sonhos, Fictício
Atormentando-me a essas horas tais
Sorte ou morte, são infernos iguais.
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