Entrances

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Vil teatro de meus sonhos

Vil teatro de meus sonhos

Vejo airoso o sol em estado poente,
Num espiritual e vil estado de transe
Almejo aquilo que não tenho alcance,
A dor que arde em meu cérebro doente.

Um fatídico e cruel teatro de sonhos
Donde me ilude com façanhas ilusórias,
Clamo pelo fim deste horrendo suplício
Refletindo um semblante tristonho.

Colossal manifesto de esperanças,
Brincando com a mente de mil formas,
Estabelecendo um contexto de normas
Como um jogo de perversas crianças.

Imanente e abissal ser com aspecto medonho,
Urge a noite com um teatro fúnebre de sonhos
Donde vejo os mortos em suas frias covas
E o desterro de meus sentimentos em rosas.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

A carta (Inania Verba)

A carta (Inania verba)

Escrevo sobre essa vil encruzilhada,
Que persegue-me desde o nascimento
Crucificando-me em fúnebres momentos,
Trago um fato, uma carta amaldiçoada.

Soturna e de mansinho invade a noite,
Dita com sabedoria um sono profundo
Dispersa a dor dum corpo moribundo,
Imanente deus que vive no açoite.

Deixo simples e únicos versos melancólicos,
Esses que nessas cartas são eternos,
Onde o corpo não padece perante o inverno
Túmulos erguidos são apenas simbólicos.

Deixo essa carta que fere meu coração,
Com palavras que não tenho força a expressar,
A psique que foge a fim de se completar
E o corpo deixado em um sepulcral caixão.

sábado, 12 de maio de 2012

Aos meus entes que partiram

Aos meus entes que partiram

Nessa noite de luar minguado,
As memórias trazem a dor
E o que fora deixado? O amor.
A saudade do que fora no passado.

Escrevo não por simplesmente arte,
Ou esse amor que eu tanto tenho
Mas pelos martírios que mantenho,
No meu coração que morre em partes!

Aqueles que partiram sem prévio aviso,
Sem que minha mente se preparasse
A lamuriar pela vida que não restasse,
E ver pela última vez o teu sorriso.

Nessa noite de luar frio e branco,
As memórias despertam a dor,
Saudades d'um pai sonhador
Ai! Pudera ele agora ser um santo

Escrevo por ter essa dor profunda,
Que sufoca-me garganta e pulmões
A prisão nesse fortes grilhões,
Num coração em frias catacumbas.

Conto com a manhã vil e profana,
Aquela que lhe tirou a vida
Com voraz fome vil e imunda,
Consumindo a essência humana.

Dói ver o seu corpo no enterro,
E a face do pai, em seu leito
Chorar sobre seu frio peito,
Observa a alma em seu desterro.

Espero que no seu paraíso sepulcral,
Em coberto de tantas mil flores,
Jazendo com seus próprios valores
Pois em meu peito será essencial!


Uma pequena homenagem a meu pai. Egberto Mayrinck Azevedo de Castro

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Libertar-me d'um, eu.

Libertar-me d'um, eu.

Em uma noite fria de um denso nevoeiro,
Dúbio em melancólicos pensamentos
O corpo fraco pelos olhos sonolentos,
Fitei um vulto que se formava por inteiro.

Como que em um sonho airoso e espiritual,
Embalei-me a uma dança de imortais
Acompanhando as almas de ancestrais,
Brilhando quais estrelas do céu universal.

Calei-me a majestosa orquestra de um todo,
Sem dúvidas sobre o mundo ou cousas tais,
Delirando em fendas que perfuravam portais
Donde tudo que se esvai virava lodo.

Na noite fria onde houve um trágico ato,
Corrompendo a mente de forma inconsciente
Perdurando-me a um futuro vil e dependente,
Foi nessa noite em que assinei maldito contrato.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Bahugera (O Reino Parte 3-4) O cavaleiro



Bahugera (O Reino Parte 3-4)

O cavaleiro



Trago-lhes vil e tétrica maldição
Aquela que assombra um coração,
Perdurando-se sobre uma armadura
Obscura, vinda da abissal loucura.

Ser infame que vaga pelas geleiras,
Qual morte em seu corcel se esgueira
Vindo de um conto ou de lugar sepulcral,
Porta uma lâmina de aspecto espectral.

Brada para a noite e o que vê?
Nada além do vazio e das chamas
Inimaginável nada que olhos vão crê,
Além da odiosa maldição e sua fama.

Quem viu cavalgar a infame morte,
Desse mundo já não faz parte
Um golpe de azar ou pura má sorte?
Sendo decapitado com tamanha arte.

Trago-lhes nobre conto do horror
O mesmo que nasceu com a dor,
Perdurando-se sobre uma armadura
Obscura, vinda da abissal loucura.

O corcel de olhos vis e flamejantes,
Trazendo consigo a morte triunfante
Encoberta em um perverso negror,
Revela um imenso e abissal terror.

Gritos estridentes atravessam a noite,
O tinir da espada e restos da batalha
Fora a morte que esperou no açoite,
Com seus trapos e réstias de mortalha.

Cavaleiro infame do vazio das eras,
Traz consigo de comparsa a morte
Servo leal do deus Bahugera.
A desgraça é um dom e seu porte!

Trago-lhes vil e tétrica maldição
Aquela que assombra um coração,
Trazida de um portal vil e sepulcral
O cavaleiro da lâmina espectral.

Bahugera (O Reino parte 3-3) Diálogo de um todo

Bahugera (O Reino parte 3-3)

Diálogo de um todo

Adormecido a tantas horas
A forma espectral. Liberta
Da face d'um mundo, acoberta!
Em uma realidade, doirada.

Nesse lugar mágico e natural,
Encontrei-me com deus do horror
Que atormentava um outro, eu com ardor
Fugia-me da garganta palavras. Infernal!

Era eu naquele teatro de sangue
Absorto na loucura anormal,
Queria diferenciar o real do surreal
Fora em universos vis e distantes.

Que dialoguei com Bahugera
E naquele dialogo éramos deuses,
Temente a descrença dos ateus.

Era eu com a sabedoria vil e humana
Com a compreensão ilimitada,
Do contexto do tempo, eras passada
Que consumia a verdade insana.

Lembro-me do que disse a fera
-Sou incumbido da desgraça imanente,
D'um mundo que padece impotente.

Lírios

Lírios

No silêncio da noite lânguida
Em que escrevia sobre tudo,
Eu, sendo um poeta de luto
Delirando sobre a morte prometida.

Como uma alma sem rumo,
Fui vagar pela penumbra
Voar qual leve pluma,
Defronte a ermos túmulos.

Era tão belos qual vida,
Narravam belas histórias
Outras infortunas e trágicas
Dos que jazeram em inglórias.

Espero eu ter a paz prometida,
Onde os lamentos e martírios
Tocados em triste músicas,
São belos como os lírios.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Composição Orgânica

Composição Orgânica

Adentro desse corpo quase padecido,
Trago-lhe um composto místico,
Dos corpos em seu estado físico
Revelo o que a muito foi esquecido.

A força que jorra dos vasos sanguíneos,
Corrompida pela psique existente
A inércia do raciocínio torna-se presente
O intrépido futuro torna-se lânguido.

 Qual? A fórmula desta complexa composição.
Que enlouquece a mente forte e sã
Ofuscando o brilho da estrela da manhã,
Corroendo as artérias d’um fraco coração!

Qual? Os mistérios dessas desventuras,
Que completam uma vil forma doente
Em que a vida engole-me qual serpente,
Mal digo desta vida! – Triste literatura.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Bahugera (O Reino parte 2- Caos)


Bahugera (O Reino parte 2- Caos)

Venho de incomensuráveis dimensões
Trazer mil e uma faces distintas,
Embalar-te a uma ira nazista
Resgatar temores e vis alucinações

Traga-me o corpo vil e funesto
No próprio leito de extrema dor,
Jaz quase padecido exímio pecador,
Porém reflete o bom e honesto.

A abatida carcaça mortuária,
Aquela que alimenta corvos infernais
Virando nada, nas grandezas universais
Defronte as verdades. Imaginarias?

-Paralítico com a monumental quimera,
Que vinha corromper corpo e mente
Da réstia da humanidade vil e doente,
Naufragando em trevas a torpe esfera.