Entrances

domingo, 29 de maio de 2011

Abissais, o oculto








Abissais, o oculto

Cruel ser rancoroso, em vil fúria!
Dominado por essa mortuária lua
Que me fez aspirar, negra luxúria
Veio calar maldita voz perpétua!

Senti obscurecendo minh’ alma
Banhando nestas negras, varias fases!
Vendo-me naufragar, sob águas calmas,
Fazendo-me afogar-me em brutais frases!

Demônios dos mares vieram sedentos!
Todos enlouquecidos, sem virtudes!
Infames, seres pútridos, violentos!


Querendo sufocar-me com serpentes.
Centenas de vis gritos, almas sem atitude
Loucas por um pavor, mais que iminente!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Enganado

Enganado

Meu enfermo futuro vi, jazias!
Sem fluxo de uma pobre esperança
Sob um amor platônico, não há um ás.
Que fez acreditar como criança.

Mortificou ingênua ficção
Vil morte destruiu esta feliz,
Prece qual carece, de ilusão.
Para vim me curar, mil cicatriz!

Minh’ alma em choro, descomunais
A amortalhar-me, em secas lágrimas,
Traiu-me de formas vis, colossais!

Erguendo logo contra mim uma última,
Terrível alusão, tão solitário,
Sofrerei deste sonho lendário!

domingo, 15 de maio de 2011

Teatro dos horrores



Teatro dos horrores

Milhares de mortos vivos rasgaram a cova
Os amaldiçoados, as perdidas almas,
Eles se foram, por negras chamas!
Todos que jaziam sobre mil rosas.

Vi corpos sem túmulos
Mortos por suas carreiras
Todos ocultos, em trincheiras!
Enterrados neste maldito sepulcro.

Loucos sacrificaram, eles saciaram-se,
Levaram ao iminente, apocalipse,
Guerras travaram o último eclipse!

Centenas de negras formas, perdidas!
Vis, esquecidos, contos tão macabros,
Foram efetivos, descalabros,
Deixaram fétidos odores, espalhados!

Dos vários cadáveres, entulhados,
Naufragaram belo mundo
Sucumbira a maior  parte.
Deuses, desta apocalíptica arte!

sábado, 14 de maio de 2011

Apaixonado





O apaixonado

Pairando sob eterno, negro túmulo
surdo eu ouvia vultos, mil sussurros
Que me enfurecia, com seu murmúrio,
Fez me desejar sonhos: sem escrúpulo!

Esvaiu a esperança suja, mórbida,
Aquém eu vim clamar, ardente beijo,
Iníqua e vil maldita, morta vida
Absorto em impuros, mil desejos.

Toquei perfeita pele d’ marfim,
Supliquei estes doces quentes lábios,
Esperando fatídico, cruel fim.

Romance fadado pelos sábios,
Vivendo todas as noites indecentes!
Qual este puro amor se via poente.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Visão distorcida, vulgo inferno(Soneto)





 

 

Visão distorcida, Vulgo inferno!

Nessa noite mais fria, dolorosa!
Estava desmaiado em demência,
Senti muitos a chorar, vil decadência.
Senti malditas forças, tenebrosas.

Demônios qual, muito a perturbar.
Enquanto vários anjos exilavam-me,
Os amaldiçoados, a me levar,
Qual perdido inferno sufocava-me!

 
Falsas lágrimas em todos escorriam,
Encharcou meu funesto corpo pálido.
Enquanto muito poucos que sofriam!

Meu pútrido espírito, perdido,
Em inferno de real conjectura!
Qual sangrei sob terrível amargura.

Aprendiz do Amor

Aprendiz do amor

Proseei com um velho e louco, mas sábio,
Qual sobre o amor ele havia ensinando
Lembrei-me que sorria cantarolando
As canções ensinadas por um árabe.

Lembro extasiado, tal talento
Que vinha dissertar as dores,
De nobres esculturas, isentos
Observando os ardentes, mil amores.

Sóbrio Poetizava seus contos
estúpido e humano, vil perdido
Seus loucos desejos renascido
Seus doentios prazeres são carnais.

Sábio das corridas e vis horas
O impiedoso amor lhe rejeitara
Louco que esculpia um sonho sofrido
Dos Singelos amores proibidos.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Acordado







Acordado
Deitei-me no exímio carvalho
Esperando meu sono vil, urgir
Vendo doces sonhos indo partir
Sentindo esse vento do orvalho.

Nestas, mil negras noites estreladas
Estas jamais luziram novamente
Manchadas em teu sangue, estas velas
Malditas a ocultar-me a todo sempre.

Fétido, acorrentado em uma cruz
A qual crucificaram o bom Jesus,
Chorei várias lágrimas, de sangue.
Essas que escorriam a meus pés.

Descia deste obscuro, cruel mangue.
Que vinha irrigar os pesadelos
algoz aniquilou o mudo singelo
Sem um só descanso, para fé.