Entrances

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Tempo corrente

Tempo corrente

Fazia frio nesse dia de mal agouro
Os sinos dum tempo distante,
Soavam tristes melodias sufocantes
Qual chifre dum mitológico touro.

O raiar do sol era vil e tortuoso,
Ocultava-se em uma mística praga,
Que excrucia-me com suas chagas
Rolando prantos dolorosos.

Ah! Que desgraça essa vil calma,
Materializou-se na massa cinzenta,
Corroeu o córtex de forma sedenta
Qual quimera multou-se a minh’ alma.

Corre o tempo em horas ou dias,
Voa a juventude e permanece a inânia
Da vida dos prazeres da essência,
Quem dirá que tudo é vil ironia.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Desespero da alma


Desespero da alma

Arde em meu peito vil maldição,
Enlouquece a mente leve e oca,
Vestígio duma alma já louca
Desespero oculto entre o coração.

Que onírica e maldita sina,
Perdura entre a estrelas celeste,
Qual vultos perdidos no agreste
Onde a respiração é escassa e fina.

Lembro-me bem do frio de dezembro,
Da abissal praga de primeiro de janeiro,
Donde essa persegue o mundo inteiro
E o que resta? Um culto em novembro.

O desespero que arde em minha mente,
Talvez seja um mero e desconhecido medo,
Que acoita o mundo desde muito cedo
Será a loucura uma mente ciente?

A inania das palavras da alma morta,
Entope o peito de infindo sofrimento,
Donde o choro só expressa lamentos
Talvez não haja saídas ou portas.

Não sei e o calor da massa cinzenta
Desafogue a alma de seus martírios,
Onde só há fúnebres e únicos lírios
Venha interromper a loucura virulenta.

Espero que essa tamanha enfermidade,
A cura seja descoberta, e a alma repouse,
Talvez até lá a morte sobre mim se ouse
Rogo prece, pois não suportarei a eternidade.

Haste da morte

Haste da morte

Reza e roda a sua praga ou prece,
Nas infindas vielas de minha vida
Absorvo-me de fatalidades merecidas,
O corpo é vil e fraqueja perante a febre.

Delírios e forma de vultos assombram,
O vazio que fita-me ecoante,
Rasga o córtex fúnebre e delirante
Branda a morte oculta das sombras.

Que cousa ou manifesto espectral,
Repousa nas sombras em meus umbral,
Aterroriza-me com a chama infernal
Seria este um ser vil e primordial?

Enlouquece a mente enfraquecida,
A mesma que sonha com o nirvana,
E clama por uma paz humana
O que resta da psique falecida?

Sou uma mistura química,
Na casca a psique enxertada
Que definha em hora marcada,
E o que resta? A marca calcificada.

Que cousa ou manifesto espectral,
Arde nas trevas em negror infernal,
Espreita-me em meu umbral
O que é esse medo primordial?

O que resta?


O que resta?

Eu filho pródigo da desgraça,
Componho onírica e vil praga
Que afoga-me a tantas mágoas,
Nada resta-me. Somente farsas.

Sou do berço das trevas concebido,
Duma profunda e abissal tragédia
Minha 'lma falece perante a sepsia,
O que resta-me? O coração partido.

Absorvo-me em outras alucinações,
Donde foge-me a percepção,
Sendo nada mas que a imensidão
Desfaleço em fúnebres canções.

Sou pobre poeta da minha desgraça,
O peito carrega primordial praga,
Onde o amor só lhe traz mágoas
Nada resta, apenas cartas as traças.

Sou a psique que no fim clama
E a alma ainda lhe ama!

Em meu peito já enfraquecido,
Compartilho poemas e rosas,
A mesma jogada a cova rasa
Onde a alma vai em fim esquecido.

Bahugera parte 6-5 (O templo)

Bahugera parte 6-5 (O templo)

Percepção

Horrível praga que persegue-me a era,
Que espreita-me qual morte,
Apodrece a vida a própria sorte
Meu deus. Sou essa vil quimera.

O reflexo que se distorce no espelho,
Enfurece os olhos que se assombram
Maldição que persegue-me qual sombra,
Enquanto enlouqueço já de joelhos.

Maldita massa que a realidade distorce
Mente louca, perversa e cruel
Da qual sou um pobre e eterno réu,
Destino transparece a vil enfermidade.

Ferve o corpo e arde o coração,
Um espetáculo de pragas infernais
Diversão da loucura em formas desiguais,
Absorvendo-me em infinda escuridão.

Quimera que atenda por Bahugera,
Réplica distorcida de um maldito eu
Minha mente templo de um vil deus,
Maldito temor pela minha fera.

Enfurece a inania da minh' alma
Enlouquece-me cada vez mais,
Distorce-me em fatos surreais,
Assombra-me de profunda calma.

Escrevo de fim sobre o deus Bahugera,
Que de fracasso da própria mente,
Criou um vida que a muito é ciente
Essa maldita fera que persegue-me a eras.

Temo essa loucura já sem cura,
Absorve-me em medos espirituais,
A loucura que já é primordial
Fujo com a morte em vão, desventuras.

Bahugera parte 6-4 (O templo)

Bahugera parte 6-4 (O templo)

Relatório da loucura

A massa ferve de tantas alucinações
Já não corresponde aos pensamentos,
Enquanto a mente se parte de lamentos
Arde vil a inania duma solução.

Relato a forma vil de meus delírios,
O corpo vazio porém acordado
Onde só há pensamentos inválidos,
Donde só há a dor e martírios.

A mente eufórica berra qual louca,
Incessantes gritos ecoam nas trevas
Urram e bradam qual Bahugera,
A voz ruida e a cabeça é oca.

Relato meu mais puro sentimento,
Onde a alma logo se esvai
O corpo procura réstias de paz,
Um simples momento de descanso.

Essa mente agitada que rola oca
Berra em minha escuridão cerebral,
Assombra-me vil ausência espiritual,
Meu deus será que a alma é louca?