"Não está morto o que eternamente jaz inanimado, e em estranhas realidades até a morte pode morrer." H.P LoveCraft
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
O que resta?
O que resta?
Eu filho pródigo da desgraça,
Componho onírica e vil praga
Que afoga-me a tantas mágoas,
Nada resta-me. Somente farsas.
Sou do berço das trevas concebido,
Duma profunda e abissal tragédia
Minha 'lma falece perante a sepsia,
O que resta-me? O coração partido.
Absorvo-me em outras alucinações,
Donde foge-me a percepção,
Sendo nada mas que a imensidão
Desfaleço em fúnebres canções.
Sou pobre poeta da minha desgraça,
O peito carrega primordial praga,
Onde o amor só lhe traz mágoas
Nada resta, apenas cartas as traças.
Sou a psique que no fim clama
E a alma ainda lhe ama!
Em meu peito já enfraquecido,
Compartilho poemas e rosas,
A mesma jogada a cova rasa
Onde a alma vai em fim esquecido.
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