Entrances

quinta-feira, 14 de junho de 2012

prosopopeia em busca da morte

Sonhando com a morte

Delirando sob um céu escuro,
Buscando um boato do futuro
Fito a escuridão e o que eu vejo
O vazio, aquele que não almejo.

Adormeço em fúnebres pesadelos,
Sonhos contorcem a massa doente
Em busca de exprimir o inconsciente,
Onde a psique busca um pouco de zelo

-Venha nessa noite minguada
Sobre o peito daquela cova rasa,
Exprimir palavras agora passadas
Venha exprimir tudo com rosas.

Um diálogo

Embriago-me em busca de conforto,
Procuro nesse copo quase vazio
Envolver-me com algo fictício
Tentar esquecer o semblante morto.

-Amigo, o que procura? A própria morte?
Esperando o fim de interminável lamento
Ou busca reconfortar o sentimento?
-Procuro quem atenda por maldito porte.

Encontro com a morte

Propriamente digno é o corpo moribundo,
Aquele entorpecido pelo efeito de toxinas
Que procura olhar cedo a própria sina,
Acaba em um abismo vil e profundo.

Anjo que porta em suas mãos a vida,
Venha até mim nessa hora de minguado
Encontrar-me sobre um leito fatigado,
Aqui onde sou um poeta de partida.

Frívolo por severas mutilações,
Maldisseram tantas vazias emoções,
Após a vida agonizante e silenciosa
Reconforto-me num caixão de rosas.

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