Entrances

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Adagio

Adagio

Quem há de expressar nessa lápide frívola
Revestida do calcário da terra vil e fraca
Essa mãe que há de me apunhalar com a faca
Que alimenta o filho que agora pede esmola

Esta terra, Gaia, que agora envia-me ao tártaro
A sofrer no vórtice das almas e na terra de Hades
Por atingir a inutilidade da completa maturidade
Sim, nesta terra maldita sou destripado por bárbaros

Nesta terra de agonia intermitente a morte é ausente
Não há igualdade nas ermas sombras eternas e crepitar
Na penumbra dos tempos infernais, o peito a palpitar
O escárnio de toda a vida, do futuro vil e presente

Por onde anda a deusa Vênus que há de guardar a alma
Dos apaixonados, e suprir o solene inferno de Hades
Onde está a morte impotente, nessa enferma desigualdade
Não há deuses, para minha vil e prepotente alma

Quem há de expressar o sentimento infido
Na lápide revestida de calcário, o amor prometido
E os deuses? Ou anjos do céu tem me esquecido?
Por pecar e amar como os anjos vem proibindo

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