Amaro
Leve é o sono e a noite longa,
O azucrinante tic a amofinar-me,
Do relógio qual sanguessuga
Extraindo o sono, após despertar-me!
A ânsia que perdura em minha boca,
Embrulhando-me da goela as vísceras,
Análogo ao mascar do ferrão das abelhas
Simplório com o mar bravio de ressaca.
Imprimindo-me a força do vômito,
Alojada na quina de minha garganta,
Por trás de toda cortina do teatro,
Do sábio e do obducto, restrito
É o paladar dessa ânsia de poeta,
Sabor do vocábulo doce e amaro!
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