Abdicai de vossa alma poeta
Abdico de minha pobre, vil alma
Sonhadora, essa que nesta noite jaz
Entre a frívola realidade e nunca mais
Há de jazer nos deleites da paz
Não sou nada mais nesse momento
Que um mero joguete do vil destino
Não tenho mais meus sonhos diurnos
E a escuridão envolve meus lamentos
Aos santos anjos lá do céu celeste
Resguardem a alma tão doente
Que padece qual sol poente
Até que essência alguma me reste
Não sou mais poeta pois não sonho
Nessa carcaça operária das trevas
Sou agora qual vermes das eras,
Da terra, desse mundo já não sou filho
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