Entrances

sexta-feira, 9 de março de 2012

Ecoando ao nada

Ecoando ao nada

Ouvi o soar daquele sino a badalar
E percebi onde a morte era tudo e nada,
Fui cortejado pela ausência em sua morada,
Ouvindo palavras vis para me acalmar.

Lembro-me bem daquele frio infernal,
Aquele que a carne não se conforta
Mas o frio daquele sussurro espectral,
Aquilo que a muito poucos importa.

Senti a desgraça e o terror vil e trevoso,
Da presença de palavras tão fúnebres
Palavras ditas de forma polidas e ilustre,
Amenizando o semblante choroso.

Foi aquele triste badalar após as três,
Trazendo o mal presságio da morte
Suave e mansinho qual vil má sorte,
Veio de forma e efeito pouco cortês.

Eu que absorto nos próprios prantos,
E não compreendia o quanto vil fora
As palavras que jaz na eterna demora,
E agora viram supérfluos louvores e cantos.

Vi que as palavras em si não eram vis,
E a morte revestida em seu manto e negror
Não era nada se não meu próprio temor,
E eu percebi o horror da fatalidade sutil.

Lembro-me bem daquele frio infernal,
Aquele que vem nesse velório
Com o embalo de um sussurro espectral,
Entoar seus desejos pueris e simplórios!

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