Entrances

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Aos mortos por amor

Aos mortos por amor


Lembro-me de cada história trágica,
Algumas reais outras fantasiosas,
Percebi o amor em sua forma graciosa,
O fim que era a morte, porém mágica.


Eu que exprimi em palavras,
O que Romeu sentiu por Julieta
Para corromper a massa cinzenta,
Afogando-se em lamúrias macabras


Compreendia cada lágrima derramada
Nos pés da amada, no gole envenenado
O gosto do vinho, os motivos inválidos
E todo mal em forma sagrada.


Eu, na mais profunda loucura,
Percebi a grande epifania,
Ao notar a alma ali em inânia,
Que havia na extrema penumbra.


O cérebro em estado de ebulição,
Do despertar dum abissal coma,
Romeu a contar-me, ardeu em chamas
Expressando os sussurros do coração


-Eu, a você pobre poeta lhe trago!
O motivo que perturba-me, eternamente
Pedindo que escute atentamente.
O que meu coração disse, eu lhe digo:


-Porque viver nessa vida malévola?
Se não vivemos sem o amor dela,
Peço que fuja dessa realidade paralela,
Para não sofrer sobre a cripta frívola


-Era tão nobre, porém tão infeliz,
O que por ela, ele sentia
E tive pelo vulto grande simpatia,
Vendo que o pobre queria jazer feliz.


Logo notava seu semblante tomado,
Pelo vazio e tudo era amaro,
Notando que não fora tão sincero,
Observei que pesado fardo, era perdurado.


O choro que tomou-lhe qual criança,
Assustada pela morte dos pais,
Com medo de não vê-los nunca mais,
Pobre Romeu não tinha esperança.


Compreendi as razões vis e amargas,
Que no rosto do rapaz pulsava,
E no escuro lamentava,
A eternidade marcada por mágoas.

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