Entrances

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Altar

Altar

Serena ela vem e bate tão leve,
É a brisa que fugiu do inferno,
Trouxe a melancolia do inverno,
Revelando a eternidade em breve.

Foi naquele distante altar,
Que fiz os meus votos eternos,
O amor que pulsava do interno,
Num paraíso rodeados de pomar,

Sonhos que tive em belos campos,
Antes mesmo de proclamar o final,
Senti o descalabro frio anormal,
Agrilhoando-me qual infernal grampo.

Onde vi tão airosa e bela vida,
Porém num golpe de má sorte
Tão intrépida fora ela, a morte!

Componho o que é funesto,
E naquele único momento,
Que fora o meu casamento,
Vi ser tão nobre sendo desonesto,

Foi naquele distante altar,
Que declarei o meu amor,
Como um tolo sonhador,
Num paraíso rodeado de pomar.

Eu que compus a própria dor,
Escrevi as minhas desventuras,
Um conto da nobre literatura,
Onde deixo lhe tão bela flor,

Vou adentro do próprio mortório,
E na partida da vida incógnita,
Deixo as palavras não ditas,
Na lápide de meu velório.

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