Altar
Serena ela vem e bate tão leve,
É a brisa que fugiu do inferno,
Trouxe a melancolia do inverno,
Revelando a eternidade em breve.
Foi naquele distante altar,
Que fiz os meus votos eternos,
O amor que pulsava do interno,
Num paraíso rodeados de pomar,
Sonhos que tive em belos campos,
Antes mesmo de proclamar o final,
Senti o descalabro frio anormal,
Agrilhoando-me qual infernal grampo.
Onde vi tão airosa e bela vida,
Porém num golpe de má sorte
Tão intrépida fora ela, a morte!
Componho o que é funesto,
E naquele único momento,
Que fora o meu casamento,
Vi ser tão nobre sendo desonesto,
Foi naquele distante altar,
Que declarei o meu amor,
Como um tolo sonhador,
Num paraíso rodeado de pomar.
Eu que compus a própria dor,
Escrevi as minhas desventuras,
Um conto da nobre literatura,
Onde deixo lhe tão bela flor,
Vou adentro do próprio mortório,
E na partida da vida incógnita,
Deixo as palavras não ditas,
Na lápide de meu velório.
Nenhum comentário:
Postar um comentário