Conversa com a viúva
Onde oculta-se as memórias feridas
No abissal e profundo córtex cerebral
Eu senti o nascer do veneno celestial,
Corrosivo qual própria morte revestida.
Foi com aquele leve liquido venenoso,
Que corrompeu o corpo vigoroso
Descrevo devagar aquele pequeno ser,
De forma e aspecto vil e singular
As dúvidas sobre a morte veio especular,
Resposta que a psique não soube esclarecer.
Lembro-me do ser que possuía nome
E emergia do vago fogo das trevas: a fome.
Esclareceu-me as dúvidas tão complexas
Que possuía sobre os encantos universais,
Que nenhum livro usou palavras iguais,
Descrevendo a vida de forma tão cética.
Reflito absorto naquele anseio,
As respostas que negativamente receio,
Lembro-me nesse leito que os abutres rodavam,
Aquele pequeno e vil ser com um aspecto obscuro
Que foi suave e delicado revelando-me o futuro,
Poetizando a vida finita e as dúvidas que cercam.
Foi aquele leve liquido venenoso,
Que corrompeu o sentimento penoso,
Eu que lembro-me do meu funesto olhar,
O imanente e vil dançar de contexto espiritual,
Vi sobre aquele pequeno mar do leito primordial
O tão belo e funesto reflexo do luar!
Lembro-me do ser que era a viúva das trevas
Aquela pequena solitária por tantas eras.
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