De outras eras
Foram belo doirados anos,
Isento de qualquer preocupação
Corpo não fraquejava pós imensidão
Virtuoso era viver sem planos.
Aquela imagem empoeirada,
As rodas de cirandas cantadas
Alegremente, ouvia-se gargalhadas,
Vejo ali o reflexo de águas passadas
Ai, em outras eras. Eu nasci
Com infortuno destino em mãos,
Perfurei a artéria dum coração,
Em mil e um devaneios eu padeci.
Diálogos de vozes espectrais,
Rondam a imagem empoeirada,
Ouve-se versos e cousas passadas
Atormentando-me em meus umbrais.
Como espero ver o brilho da aurora,
Sorrir com ênfase para a criança
Ungida de vil e desgraçada esperança
Aquela que a morte conta as horas.
Saudades de minha casa tenho,
Não aquele punhado de concreto,
Mas daquele amor vil e incerto
Lembranças dali eu mantenho!
Em diálogos de vozes espectrais,
Ouço sussurrar em minha mente
Perturbando o corpo fraco e doente,
Adormecido em outras eras celestiais!
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