"Não está morto o que eternamente jaz inanimado, e em estranhas realidades até a morte pode morrer." H.P LoveCraft
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Uivando a um muro de concreto
Uivando a um muro de concreto
Falando a noturnas horas,
Sobre milhões de coisas tais
Onde não havia nada mais
Eu pranteava a tantas horas.
Não havia alma alguma,
Que pudesse ouvir meus martírios
Ai! Tão serenos qual lírios
Eram palavras melódicas, em suma.
Tão solitária vida de agouro,
Assombrada pelas sombras infernais
E tantas cousas vis e tais,
Agonizantes como arrancar-me o couro.
Era eu que observava o abissal,
Aquele reflexo de nada mais
Sem almas e cousas vis e tais,
Era eu em diálogo espectral.
Ai, naquelas facetas do destino
Falando além de mundanos portais
Sobre temores horrendos e imortais
Era eu, aquele padecido menino!
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