Entrances

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A peça da morte - primeiro ato Homicídio no Centro

A peça da morte - primeiro ato

Homicídio no Centro

Numa noite quente em janeiro,
Vagando ermo entre a escuridão,
Absorto entre as trevas na imensidão
Que engolia-me a visão por inteiro.

Não sei o que mantinha vil beleza,
Um lugar nefasto, só havia antigos museus,
Estremecia-me a espinha a falta de deus,
Aterrorizava-me qual corte da realeza

Absorvia-me apenas na obscura arquitetura,
Onde magnificas estatuas esculpia os santos,
Português, essa derramava-me em prantos
Mas em toda beleza há uma morte prematura.

Essa que vagava junto a mim ardilosa,
Esgueirava-se entre as minhas sombras
A minha psique ela vilmente assombra,
E entre a penumbra desta há uma rosa.

Fazia quase uma ou duas da manhã,
Não sei ao certo quando o grito estridente,
Interrompeu o silêncio da noite imanente
Então debrucei-me sobre minha irmã.

Petrifiquei-me com a voz e sentia um vil temor,
Aquela beleza que engava os olhos, a morte.
Onde toda o destino abandona a própria sorte,
Ninguém até hoje há de escutar meu clamor.

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