Entrances

sábado, 17 de novembro de 2012

Depois das três


Depois das três

Fazia um frio em meados,
De dezembro e a lareira,
Queimava lembranças rotineiras
Acalmando o corpo vil e irado,

Tremia de frio quase falecido
Não o corpo mas a pobre alma,
Está que não suporta a calma,
E as palavras no silêncio, esquecido!

Havia um gosto na boca, amaro
Um desterro de sentimentos.
Cortava-me em pedaços e lamentos
Como a morte e meu último trago.

Fazia um frio de forma infernal
Estremecia a espinha qual aço,
Que retalha a carne em pedaços,
E vagueava a alma em transe espiritual.

Que alma irá dizer onde há beleza
Na enfermidade da noite infinda,
Onde minha 'lma vaga esquecida,
Sob as ermas tumbas da realeza.

É nessa noite de luar minguado,
Que o céu foge a minha mão,
E sou absorto em vil e pura escuridão
O corpo jaz frio da vida fatigado.

A poucas almas que irão amar,
Como eu pude, nesse tempo oco,
Onde o peito bate de quase louco
É essa vida que eu sempre vou sonhar.

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