Ao Eterno Silêncio da Alma
Onde o sol se via poente,
Eu já não era falante,
Febril em estado delirante,
De corpo e mente não era ciente,
Aquilo era a forma, descalabro!
Onde já não havia atitude,
Sufocava-me a quietude,
Tudo aparente era faces, macabro?
Compreendi a agonia do surdo,
Pois ali nada ouvia
Com a tranquilidade sofria.
Qual pobre, louco e mudo!
Eu que já não podia expressar,
O que queria, em palavras.
A serem ditas foram semi palavras
Mal conseguia, tudo desabafar.
Absorto em todo mal que causava,
A dor e as lágrimas descomunais
O medo de um nunca mais,
As minhas angústias, completava.
Eu que não suporto o silêncio,
Vivo em sua equação diária
Sem números ou pessoas imaginárias,
Trancafiado nas portas d'um hospício.
Onde a lua era nascente,
Eu já não era mais falante,
Febril em estado delirante,
De um corpo já não era remanescente.
Moribunda a alma,
Que em constantes prantos,
Via-se em mil desencantos
Com a absurda calma.
No raiar do sol ia a loucura,
Ao nascer da noite em calafrios,
Em sinistra amargura.
Onde sol e lua faleciam,
Eu nunca fui ser falante.
Frio, mórbido e delirante!
Todos ao meu redor desfaleciam.
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