Mensageira da morte
Fazia frio e era madrugada,
Quando ser tão desgraçado,
Ousou cruzar a alvorada,
Com o mal presságio, amaldiçoado.
Pousou sob o feixe da luz,
Trazendo consigo último aviso,
Vens! Conosco alma sem sorriso.
Vens aos braços que são meu!
Era assombroso o que ouvia,
Como o que ali, eu via.
Ser com sua medonha sombra,
Os meus medos assombram.
Congelei ao imaginar trevas infernais,
A dor e o sofrimento,
Sem alívio por um momento,
Disse a mim mesmo: jamais!
Na angústia e tamanho desgosto,
Espantei ser mortuário,
Que brotava do imaginário.
Onde via o meu rosto.
Dizendo deixa-me em paz,
Eu que espero o que é eterno,
Sendo temente a céu e inferno,
Vá e não volte nunca mais!
Fazia frio e era madrugada,
Quando ser tão desgraçado,
Ousou cruzar a alvorada,
Com seu mal presságio, amaldiçoado!
Pousou sobre meus trabalhos,
Assombrando-me pôs me a retalhos.
Enquanto tão quieto, falou:
Não fugirá de quem sou!
Enquanto adormeço em dezembro,
Com clareza eu me lembro
Quando ser de erudito porte,
Comunicou a minha morte!
Pois fazia frio e era madrugada,
Quando o servo mortuário,
Ousou cruzar a alvorada
Violando meu santuário, solitário.
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