Entrances

domingo, 1 de janeiro de 2012

Obituário







Obituário


Vens! Adentro deste sepulcro
A hora é agora, a morte é crua.
Sem suavizar o que jaz no breu,
E o último tinir o portal rasgando
Ao meio, o barulho do velcro.


O fim é a eterna rua,
Tão vasto quando o branco céu.
Negror da tinta demonstrando
Que ali nada há, o morfético.
Que começou a ser cadavérico.


Vens! Adentro do corpo frio,
Conhecer o estado, paralitico
O falso terror, apocalíptico
Perceber o que é eterno qual rio,
Vens! Concretizar o obituário.


Eu que na verdade morri,
Nos delírios cerebrais,
Meu corpo jaz entre mortais
Eu, que tentei sorrir,
Com meu trágico cenário.


Vens! Adentro deste sepulcro
Conhecer o eu paralitico,
Que é de domínio público,
Assistir os deuses, humanitários,
Prescrever meu futuro obituário!

Nenhum comentário:

Postar um comentário