Apenas horas
Num vai e vem eterno,
O ponteiro conta as horas,
A face dela aproxima-se agora,
Com um aconchego materno.
É incontável o tempo que aguardo,
Pois noto que já se passa das três.
Tudo que eu vivi já se refez,
Vem a mim de bom grado.
Eu, sob a sua pintura
Que cobre o hall central,
A observo com olhar natural,
No entoar de sua partitura.
No alento de seu manto,
O pão vem de seus contos,
Ao poetizar sob tais prantos,
É airoso total desencanto.
Vem adentro de meu ser,
Acalmar a minha psique,
Corromper o meu "dique"!
Até o momento de padecer.
Sendo incontável e indizível,
As histórias que se produzem,
Sobre a verdade incomensurável,
Que na mente introduzem.
E no fúnebre desdém,
Meu corpo que jaz frio,
E agora é só o vazio,
Possa chamar aquém?
De todo bom grado, eu peço
Que onde eu seja eterno,
A quietude não seja qual inverno,
A você clamo com apreço.
Que no jazer de meu corpo,
Agrilhoado no estado físico,
Onde nunca foi pacífico,
Eu não seja reciproco.
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